quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A força de um Ponto Riscado e de um Ponto Cantado.


Cada Casa possui suas particularidades ao abrir um Trabalho de Umbanda. Porém, em todos os Templos, sempre que se abre um trabalho, risca-se o Ponto para a firmeza do Trabalho, firma-se o Anjo de Guarda e cantam-se os Pontos de Abertura.

A ordem pode alterar de uma Tenda a outra... Em algumas, o Médium acende a vela para o seu Anjo de Guarda, bate seu Camatulê e entra na Corrente Mediúnica para o início dos Trabalhos. Em outras, o próprio Dirigente firma as velas e os Pontos Riscados, enquanto os Médiuns cantam os Pontos.
Numa abertura, os "Cambonos" defumam a todos os presentes, enquanto o Chefe do Terreiro ou o Atabaqueiro puxa o canto dos Pontos de cada Entidade, que deve incorporar e trabalhar durante a sessão.
Nesse processo, durante a abertura do Trabalho, a fluidificação e a energização do local já está ocorrendo... É nesse momento que a Limpeza Espiritual de todos os presentes começa... Por isso, a saudação dos Guias é tão necessária em um Trabalho de Umbanda.
Cantar o Ponto que representa o Orixá ou a Entidade que comanda o Trabalho do dia, energiza e equilibra a vibração dos Médiuns para o Passe Mediúnico, criando uma perfeita ligação entre o Guia Espiritual e o trabalhador.
O Ponto Riscado serve para purificar e fortalecer o local e a assistência. Por isso, se uma Entidade risca um Ponto durante um atendimento e nele coloca uma vela ou uma erva ou outro símbolo, ele está firmando a pessoa e emitindo uma ordem ao Plano Espiritual. Essa ordem pode ser para: quebrar uma demanda, alcançar um pedido, curar uma enfermidade ou solicitar auxílio.
Cantar ou riscar um Ponto ajuda na formação de ondas de energia, que atingirão a todos os presentes. Porque cada Ponto Riscado é um ponto de força que atua em determinada vibração.
Um Ponto Riscado utiliza determinados símbolos que indicam a Linha na qual a Falange atua. Cada símbolo possui um propósito dentro do Ponto Riscado e a posição do símbolo indica a atuação da Linha naquele momento.
Uma simples flecha pode apontar para inúmeras posições. Afinal, são 360 divisões (360º) dentro do círculo! E isso altera toda a energia do Ponto Riscado... Por exemplo: uma flecha apontando para o Alto firma Oxalá... Uma flecha apontando para baixo, firma Exu.
Além do que, existem os Pontos Complementares. Cada Ponto Complementar, muda totalmente o sentido (significado) do Ponto Riscado... Pois, ele acrescenta um novo Símbolo ao Ponto já existente, indicando o fortalecimento da Linha de Atuação.
Por isso, não há como responder um comentário que diz: por favor, como é o ponto riscado de "fulano de tal" ou de "sicrano"? Impossível... Pois, cada Guia Mensageiro possui seu próprio Ponto Riscado, simplesmente, porque ele é único.
Portanto, jamais deve-se cantar ou riscar Pontos por brincadeira, pois eles atuam na ligação do Médium com seu Guia Protetor. Um Ponto Riscado ou Cantado de forma equivocada, pode atuar ao contrário do que se espera e afastar o Mensageiro, em vez de aproximá-lo...
O Plano Espiritual sempre respeita a Lei do Livre Arbítrio e se o médium pede o afastamento de seu Protetor, ele respeita e se afasta. É como aquele ditado: "Cuidado com o que você pede, que você pode conseguir..."
Por isso, devemos ter respeito pela força de um Ponto Riscado e de um Ponto Cantado, pois eles atuam no chamamento, no direcionamento e no condicionamento do Guia, do Mensageiro ou do Mentor.

Como exemplo segue o Ponto Cantado da Cigana Claudia:
"Cigana vem do Oriente, vem aqui pra trabalhar...
Traz na mão uma estrela cadente e sua sorte vai contar. (2X)
Cigana vem e lê a mão, conte as coisas do coração.
Você pode me dizer, se eu consigo resolver? (2X)"

O Pai Zé de Aruanda quando vem no Terreiro canta assim:
"Nego Cambinda trabalha em Nagô.
Trabalha nas ordens de Nosso Senhor.
Nego Cambinda trabalha no Andor...
Servindo a Umbanda com muito Amor."