segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Eguns sem Luz

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"Eu sou um desses Eguns sem Luz que tanto falam por aí... Um Egun sem Luz é o mesmo que um Egun Esquecido ou um Egun Indigente. Pelo menos eu era até vocês lerem essa postagem. A partir desse momento, poderei ser um Egun Lembrado ou Egun com Luz.
Estou aqui para fazer algumas explanações, já que recebi permissão para isso. Egun, pra quem ainda não sabe, é o mesmo que Espírito de Antepassado ou Espírito Ancestral. E todos vocês têm um ou mais Eguns lhes acompanhando, porque todos vocês possuem parentes, amigos ou afetos falecidos. A Árvore Genealógica de vocês está cheia de Eguns perdidos, desaparecidos, esquecidos, lembrados, honrados, cultuados, apagados, ignorados, apaziguados ou revoltados.
E agora, sinto em lhes informar que um dia vocês também serão Eguns! Resta saber se vocês serão Eguns com Luz ou Eguns sem Luz. Porque tudo vai depender da maneira como vocês estão conduzindo as suas vidas nesse instante. E a maioria de vocês está fugindo da missão assumida... Dessa forma, será muito fácil tornar-se um Egun sem Luz esquecido.
Vocês ficam com medo dos Eguns. Tremem quando falam deles e pensam: "Nossa! Eguns! Que coisa horrível..." E imaginam uns monstros a perambular e a perturbar os outros. Pensam que Eguns são iguais a Zumbis. Primeiramente, Egun não perambula, porque Egun fica no Vale dos Mortos e não tem permissão para sair; a não ser que receba essa permissão. Então, ele deixa de ser Egun sem Luz e passa a ser um Egun com Luz, que é um Egun Lembrado. Ou seja, uma Alma que que está sempre presente e dando comunicação.
Agora, vou esclarecer um fato a vocês: quem obseda vocês são vocês mesmos! É isso mesmo. Ou é auto-obsessão ou pseudo-obsessão, como vocês dizem... Ou é um parente, ou amigo ou até um Guia, querendo chamar a atenção de vocês e acordá-los para a missão que vocês assumiram e não estão cumprindo. Portanto, despertem!
Outra coisa, nada acontece sem a permissão do Pai Maior, nada. Nem mesmo a possessão. É Bíblico. Leiam lá... Se até um "caído" precisa de permissão para fazer qualquer coisa, quanto mais um de nós que trabalhamos para Ele! Por isso, reflitam, quando um espírito começa a atazanar o juízo de outra pessoa, quem está por trás disso? O espírito? A pessoa? Só existe um Ser Maior que tudo no Universo, capaz de permitir que dois inimigos se esbarrem novamente... Esse Ser é Deus (Zambi)!
Até mesmo as maldades que muitos de vocês fazem e que vão pagar mais tarde... Aquelas que vocês usam para prejudicar os outros ou para amarrar alguém (usando os Nomes Sagrados e distorcendo os conhecimentos adquiridos); essas maldades são erradas e vão voltar para vocês, porque serão cobradas com a permissão do Pai Maior. Portanto, minha gente, tudo tem retorno, tudo mesmo!
Eu fui um morto indigente. Enterrado em cova rasa e esquecido. Fiquei dois séculos vagando nos Níveis Inferiores da Perdição. O que eu fiz? Meus pecados feriram os Dez Mandamentos da Lei de Deus. Vocês conhecem os Dez Mandamentos? Já ouviram falar deles? Em qual deles sua dívida é maior? Pense bem... Pois, será nele que seu espírito ficará preso e descerá ao Nível que o corresponde para pagar até esgotar!
Por isso, se vocês esqueceram de Deus, esqueceram da Lei do Retorno e esqueceram dos Dez mandamentos; está na hora de lembrar... Porque nunca é tarde para melhorar! Ainda é tempo de vocês cumprirem a verdadeira missão que lhes foi confiada, sem recorrer a recursos baixos e mesquinhos. Pensem bem: um Egun sem Luz é o mesmo que um Egun Indigente; um Ser abandonado nas trevas da ignorância, esquecido e menosprezado. Um Ser sem esperança de nada.
Somente quando alguém de vocês lembra de nós, quer dizer, reza por nós, voltamos a ter esperança. Se por acaso, um parente distante fica sabendo de nossa existência e decide nos auxiliar, sentimos o amor dessa pessoa e voltamos a ter fé. Cada vez vez que alguém recorda qualquer Ente Falecido, ele sobe um nível e volta a evoluir...
Então, se estamos a nos "corrigir" (depurar) no Terceiro Degrau Negativo ou Purgatório, evoluímos para o Degrau da Limpeza ou Purificação. Depois passamos para o degrau mais próximo de vocês, que é o Degrau do Alívio ou Limbo. Nesse Degrau ficamos aliviados por estarmos próximos da superfície; mas, observamos nossa conduta para entender que jamais devemos errar novamente. Abaixo do Terceiro Degrau Negativo, estão os piores degraus. Aquilo que vocês chamam de "Inferno"... E tudo só piora! Pode ter certeza.
Entenderam que existe o Limbo, o Purgatório, as Zonas Inferiores e o Inferno...? E muitos níveis e subníveis dividindo cada um deles? Por isso, minha gente, descer é fácil; o difícil é subir novamente! O Aiye está chacoalhando vocês. O Orun está evoluindo e tem pressa. Olorun está pedindo... Acordem!"

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Pombagira Mirim dos Sete Mares


"Eu me chamo Anna. Ou me chamava, enquanto vivia... Hoje tenho outro nome, um nome que identifica meu trabalho. Eu trabalho a serviço da Mamãe Iemanjá e vivo nas profundezas oceânicas. Mas, minha aparência não é a de uma Sereia ou de uma Ninfa das Águas. Eu tenho a aparência de uma 'Deva' das Águas.
Quando eu estava encarnada (como vocês dizem), minha mãe e eu vivíamos no Cais do Porto de Valência, na Espanha. Minha mãe era uma cigana expatriada, porque ficou grávida de outro homem. O Povo Cigano já é considerado estrangeiro em qualquer Pátria. Então, não sei se vocês sabem, um cigano expatriado é um cigano sem Nação.
Para sobreviver e me criar, minha mãe teve que se prostituir no Cais do Porto. Foi uma vida dura... Quando eu estava com doze anos, minha mãe adoeceu gravemente. Então, para me poupar, ela tomou uma decisão e procurou o capitão de um navio mercante. Ela me entregou a ele...
A partir daquele momento, eu me tornei propriedade daquele homem. Ele me levou para o navio e me colocou em sua cabine. Saiu e voltou horas depois com algumas roupas e um pouco de comida.
O navio partiu no mesmo dia e eu nunca mais vi minha mãe. Durante três meses meu trabalho foi servir aquele homem, de todas as maneiras. No começo foi difícil, mas depois acostumei... Já estávamos em alto-mar e eu tive que aceitar minha nova vida. Quando ele se cansou, me entregou aos marujos e eles puderam se 'divertir' comigo. Nem todos eram asseados ou simpáticos. Muitos eram bastante brutos. A maioria nem se importava por eu ter apenas doze anos.
Quando os marinheiros não estavam me usando em serviços sexuais, eu trabalhava no navio em serviços diversos. Um dos meus serviços era ajudar o cozinheiro do navio, que me solicitava sempre que podia. E assim, se passaram dois anos e eu conheci a vida no mar...
Um dia, comecei a ter os mesmos sintomas que minha mãe tinha, quando estava doente. Eu entendi que ia morrer... Com o tempo me tornei um peso morto, pois deixei de ser útil ao navio. Então, me deixaram em um canto para morrer...
Eu morri. Os marujos enrolaram meu corpo num lençol, amarraram com cordas e jogaram ao mar. Era um costume marítimo, chamado de sepultamento no mar. Como eu era criança e servia ao navio tive esse privilégio. Muitos eram jogados de qualquer jeito e viravam comida de tubarão ou outros peixes.
Achei que minha história tinha acabado e que tudo tinha chegado ao fim, com a minha morte. Pensei que ia sentir os peixes me devorando, mas, acordei em um local encantado, parecia um sonho... Era na água e eu conseguia respirar! Haviam criaturas magníficas mergulhando de um lado a outro, como uma história mágica.
Com o tempo descobri e aprendi muitas coisas... Uma delas é que (nós) somos seres infinitos que vivem múltiplas existências em lugares, também, infinitos. Eu fui convidada pra morar, estudar e trabalhar nesse mesmo lugar em que eu estava. Então, pra mim, ali era o Paraíso!
Mais tarde, me disseram, que aquilo era uma Colônia Espiritual. Na hora, não entendi muito bem o que era isso, já que eu nunca tinha ouvido falar de Espiritualidade. Eu só sabia da existência de Deus, de Jesus e de Maria porque minha mãe me falou antes de morrer...
Eu recebi permissão para repassar a vocês o que me ensinaram e o que aprendi nesse tempo todo em que estou aqui... As Colônias Espirituais se localizam em 4 Reinos: Reino Aquático, Reino Terreno, Reino Intra-terreno e Reino Aéreo. Dentro desses Reinos estão distribuídos todos os trabalhadores espirituais, de acordo com a missão assumida por cada um deles.
O Reino Aquático localiza-se tanto onde existem mananciais de água doce, de água salgada, de água salobra, de água mineral ou de outras águas... Nele existem inúmeras Colônias, onde habitam seres bem diversificados. Um exemplo é o Povo das Águas e outro exemplo são os Elementais.
O Reino Terreno distribui-se por toda a extensão sobre a superfície das terras. Nele coexistem seres: encarnados e espirituais, elementais e encantados. Como exemplo, eu posso citar o Povo das Matas e vocês.
O Reino Intra-Terreno pode parecer desconhecido, mas vocês já ouviram falar muito dele... No interior de nosso Planeta existem inúmeros locais inexplorados, como cavernas, abismos, labirintos, fendas, etc. Nesses locais, existem Colônias que abrigam moradores dedicados a resgatar os menos favorecidos, das regiões mais densas e profundas dos planos inferiores.
O Reino Aéreo possui Colônias suspensas e flutuantes que sobrevoam nosso Planeta como se fossem observatórios constantes de nossas atividades. Nessas Colônias Aéreas, também coexistem seres diversos da Criação de Deus.
Ainda preciso explicar outra coisa, como nós dos Planos Inferiores nos organizamos e nos apresentamos para o trabalho. Usarei como exemplo a Linha das Águas e a Pombagira Rainha Maria Padilha, que possui sob seu comando as seguintes Falanges...
Pombagirinha Maria Padilha (em torno de 6 anos);
Pombagira Menina (dos sete aos doze anos);
Pombagira Mirim (dos treze aos vinte anos);
Pombagira Mulher (dos vinte e um aos sessenta anos);
Senhora Pombagira (mais de sessenta anos).
Os Exus seguem a mesma classificação e eu, também, vou usar como exemplo a Linha das Águas, já que trabalho nessa Linha. Por exemplo, o Exu Rei do Lodo comanda...
Exu Lodinho (em torno de 6 anos);
Exu Menino do Lodo (dos sete aos doze anos);
Exu Mirim do Lodo (dos treze aos vinte anos);
Exu do Lodo (dos vinte e um aos sessenta anos);
Senhor Exu do Lodo (mais de sessenta anos).
Agora, vocês sabem a idade daqueles que acompanham vocês e também podem perceber de que forma eles desencarnaram... Um Exu ou uma Pombagira jamais foi um Espírito 'pecador' ou errante. Nós jamais infringimos as Leis de Deus e jamais cometemos qualquer pecado capital.
Nossas vidas podem ter sido tortas pelas circunstâncias que se apresentaram mas, todos nós viemos com uma missão terrena bonita e iluminada. Fomos impedidos de cumprir o que estava determinado, devido a inúmeros acontecimentos... Porém, jamais perdemos nosso propósito da Alma e jamais nos desviamos do caminho de Deus.
Todo Exu e toda Pombagira, bem como, todo Guia Espiritual, só pode tornar-se um Falangeiro porque, acima de tudo, acredita em Deus, em Jesus e em Maria. Todos nós, trabalhadores de Umbanda, possuímos uma fé inabalável no Criador.
E, se por acaso, um Guia se apresentar e deixar de mencionar seu respeito e seu amor ao Nosso Senhor, por favor, duvide que ele é um Guia. Acredito que 'falei' demais e, por isso, me retiro, com a certeza de que cumpri mais um desígnio de minha missão. Obrigada a vocês que leram a minha história..."

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