segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Os Exus nas Sete Linhas da Umbanda.

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SOBRE OS EXUS

Quando nos referimos a Exus, estamos nos referindo a Exus e Pombagiras (o masculino e o feminino), dentro das Sete Linhas de Trabalho da Umbanda Sagrada. O comando é sempre de Exu, por isso, ele aparece em primeiro lugar, como em uma hierarquia.
Exus são Entidades em evolução... Seu trabalho é dirigido, principalmente, para a defesa dos seus médiuns e do terreiro. Mas, também, são muito procurados para resolver problemas da vida sentimental e material. Esses Espíritos, assim como os Caboclos e os Pretos-velhos, são servidores dos Orixás. Por isso, não se deve confundir Exu de Umbanda com Exu de Nação de Candomblé. O Exu de Umbanda é um falangeiro.
Como conhecem tudo da vida mundana, são os Guias mais procurados para resolver problemas de ordem pessoal. Nos atendimentos, as pessoas sentem que Eles "compreendem" seus sentimentos, porque já passaram por algo semelhante. Um Exu é um excelente amigo. Por amigo, podemos dizer "Guardião". Então, Ele fará de tudo para proteger o médium. Mas, se for decepcionado ou ofendido, como um amigo ferido, saberá cobrar seu preço.
Em sua grande maioria, vivenciaram uma encarnação difícil, porque foram impedidos de cumprir sua missão terrena. Muitos tiveram que se submeter às adversidades da vida para sobreviver... Foram perseguidos e mortos, interrompendo a oportunidade que receberam da Espiritualidade Maior.
O que a grande maioria desconhece, é que Exu tem o privilégio de trabalhar como Socorrista nos Planos Inferiores, por conhecer as mazelas humanas. Ou seja, você pode ofendê-lo, discriminá-lo, maltratá-lo e até persegui-lo e, no final, quem irá te socorrer? Exu!
Em seus atendimentos, costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais, etc. Seus pontos riscados costumam conter símbolos que identificam sua Linhagem, sua Falange e sua história. Os pontos cantados são uma entoada de lembranças do seu trabalho nos diversos locais de peregrinação. Exu gosta de gargalhar para espantar o mal.
As cores mais utilizadas por Exu são o preto e o vermelho. Preto porque representa o luto, a morte. Vermelho porque representa o sangue, a vida. Seu principal símbolo é o tridente. A ponta central representa o Equilíbrio entre o bem e o mal (neutralidade); a ponta da esquerda representa a negatividade que move o homem; e a ponta da direita representa o positivismo do mundo. As três pontas do tridente fazem referência à Santíssima Trindade.
Os Exus estão sempre de prontidão, em estado de alerta; para proteger e salvaguardar seus médiuns, seja no local de trabalho ou fora dele. Portanto, esses Espíritos abnegados trabalham dentro e fora da Gira. Eles protegem o Terreiro, Eles protegem o médium e, ainda, protegem os outros Guias!
Exu, enquanto encarnado, errou (é verdade) mas, todos nós erramos e, por conta disso, estamos aqui, trabalhando e nos recuperando... A diferença entre Exu e um "espírito caído" é que Exu jamais perdeu sua fé em Deus. A analogia equivocada e desvirtuada que se criou em torno da imagem de Exu, deve-se, principalmente, à ignorância das pessoas sem instrução e sem base de conhecimento histórico.

INCORPORAÇÃO DE EXUS E POMBAGIRAS

A Umbanda possui Três Grandes Pilares: Ibejis, Caboclos e Pretos-velhos, que representam a manifestação do Sagrado na vibração "amena" ou sutil. Durante as Sessões Públicas ou Giras os Exus também possuem três princípios básicos de apoio. São eles:
Estrada: é o início da missão;
- Encruzilhada: é o meio do caminho;
- Cemitério: é o fim da jornada.
Um Exu ou Pombagira da Estrada, de qualquer Linha, atenderá com maior desenvoltura e fará de tudo para atender um pedido. Eles estão por toda parte e se ocupam de todas as demandas. Os Exus e Pombagiras das Encruzilhadas são os mais compenetrados em seus atendimentos e procuram agir com cautela em cada solicitação. Os Exus e Pombagiras do Cemitério comparecem com menos frequência aos atendimentos, porque sua ação está mais voltada para o desenlace da matéria.
Antes da incorporação, tanto o Exu, quanto a Pombagira, mandam um sinal para o médium... Ou seja, o aparelho ("cavalo" ou "burro" - como eles próprios costumam chamar) sente arrepios, calafrios ou sacolejos pelo corpo.
A energia de um Exu envolve o médium como um redemoinho, devido a densidade do mundo em que habita. Então, quando Ele incorpora, sua energia "envolve" o médium pesadamente e completamente. Mesmo o médium consciente sente esses eflúvios tomarem conta do ambiente e do trabalho. Essas manifestações são próprias do princípio transformador da vibração mais densa.
Cada Exu e cada Pombagira possui suas particularidades durante a incorporação; porém, normalmente, a incorporação ocorre com uma dança e uma gargalhada. A dança representa o contato do espírito com a matéria e a gargalhada é a saudação do falangeiro.

DISTRIBUIÇÃO

Assim como todas as demais Entidades, os Exus e as Pombagiras, distribuem-se nas Sete Linhas:
LINHA DE OXALÁ - Exu Rei das Sete Encruzilhadas; Exu Sete Capas; Exu Sete Pembas; etc.
LINHA DAS SENHORAS (DAS ÁGUAS) - Pombagira Maria Padilha; Pombagira Maria Quitéria; Pombagira Maria Mulambo; etc.
LINHA DE XANGÔ - Exu Giramundo; Exu Porteira; Exu Pedreira; etc.
LINHA DE OGUN - Exu Tranca-Ruas; Exu Tranca-Gira; Exu Rompe-Trilhos; etc.
LINHA DE OXÓSSI - Exu Marabô; Exu das Matas; Exu Caçador; Exu Cobra; etc.
LINHA DE OMULU (YORIMÁ) - Exu Tata Caveira; Exu Catatumba; Exu Cruzeiro; etc.
LINHA DE IBEJI (YORI) - Exu Tiriri; Exu Lalu; Exu Manguinho; etc.
Aqui citamos apenas alguns exemplos... Mas, são milhares de Entidades agrupadas nos Três Princípios Básicos da Umbanda e distribuídas nas Sete Linhas.
Toda Entidade trabalha amparada em sua Linha de vibração, atuando em mais de uma Linha...
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Os Sacramentos e os Preceitos na Umbanda.

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OS PRECEITOS DE DESENVOLVIMENTO NA UMBANDA

Os Preceitos da Umbanda seguem uma ritualística diferente do Candomblé e de suas Nações. Ao fundar a Umbanda, Zélio Fernandino de Morais quis garantir o acesso de todos ao trabalho espiritual.
Ele buscou simplificar na prática o desenvolvimento mediúnico, para que qualquer pessoa (ou Entidade) pudesse trabalhar... Dessa forma, surgiram as "Giras de Umbanda", que possibilitam o desenvolvimento de vários médiuns ao mesmo tempo. Através da Gira, o médium mais preparado começa a manifestar os sinais de seus dons, em meio aos demais...
Cada médium é colocado ao centro da roda e "girado", até sentir a vibração da Entidade sobre seu corpo e manifestar os sinais de sua aproximação. Quanto mais forte a ligação entre o médium e o falangeiro, mais facilmente ocorrerá a incorporação.
A Gira traz à tona as características que são consideradas "tríplices" nas manifestações incorporativas. Elas ficam evidentes e se externam, através de:
- flexões fisionômicas, vocais e psíquicas;
- pontos cantados ou preces proferidas;
- sinais riscados em pontos de pemba.
Essas características são inalteráveis em qualquer aparelho, seja ele inconsciente (totalmente dirigido) ou semi-consciente (parcialmente dirigido).
Aqui fazemos uma ressalva: Um médium verdadeiro jamais deve expressar preferência por esse ou por aquele Orixá, ou dizer: "Gosto mais da Entidade tal"... Visto que médium significa mediador, ou seja, é por seu intermédio que os diversos Espíritos Guias se apresentam para o trabalho espiritual. Portanto, ele nunca deve preferir mais um do que outro. Quem age dessa maneira está, na verdade, indo contra a Lei Maior que rege a Umbanda.

OS SACRAMENTOS NA UMBANDA SAGRADA

A Umbanda trabalha com alguns sacramentos que são parecidos com a Igreja Católica e que são: batismo, casamento e funeral.
O casamento é realizado pelo Guia Chefe da Casa ou pelo Sacerdote responsável pelo Templo. Qualquer um que deseje casar-se na Umbanda pode pedir este sacramento. Ou seja, tanto os médiuns que frequentam a Casa, quanto seus participantes, podem casar-se num Ritual Religioso Umbandista. Um Casamento Umbandista pode ser realizado no próprio Templo ou em um local escolhido pelos noivos. Após a cerimônia, a documentação é expedida pelo Terreiro e assinada pelo seu responsável.
O funeral é realizado sempre pelo Guia Chefe do Terreiro e pode ser proferido a qualquer um que solicitar sua presença e sua benção. Devemos lembrar que toda a ritualística deve seguir as leis que regem todo sepultamento religioso. A documentação, nesse caso, será expedida pelos órgãos vigentes. Caso o falecido ocupe cargo dentro do Terreiro, o corpo deve receber as homenagens e seguir os preceitos, primeiramente, no próprio Templo e, em seguida, conforme o desejo de seus familiares.
O batismo é realizado sempre pelo Guia Chefe do Terreiro, a todo aquele que desejar firmar seu compromisso como umbandista. Os demais sacramentos pertencentes a Umbanda, são referentes aos graus de desenvolvimento do médium dentro da Casa. São eles: amaci, confirmação, feitura, recolhimento e coroação.
- Amaci: diferente do bori, o amaci é o ritual de lavagem da cabeça do médium já confirmado; com ervas selecionadas e preparadas devidamente...
- Confirmação: ritual de apresentação do médium ao Templo.
- Feitura: procedimento que envolve diversos rituais de: limpeza, banhos, boris e ofertas, para fortalecimento da mediunidade.
- Recolhimento: consiste no processo de repouso do médium, durante um período que pode variar de 7 a 21 dias e que ocorre em diferentes épocas de seu desenvolvimento.
- Coroação: processo que confirma o médium-zelador de um Terreiro.
Todos esses rituais são realizados pelo Chefe do Congá (Zelador do Terreiro) e acompanhados por um Pai Pequeno ou Mãe Pequena. Após todos os processos e, estando apto a exercer suas funções, o médium assumirá o cargo que for determinado.

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O ternário e o setenário na Umbanda Sagrada.

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A Umbanda segue a Lei Maior, regida pelos princípios e pelas regras, em harmonia com a vontade de Deus e em concordância com a manifestação da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Regras e princípios são adotados quando queremos seguir os ensinamentos fundamentais da fé. Através da fé verdadeira, um indivíduo desenvolve suas virtudes... As três formas que expressam essas virtudes dentro da Umbanda Sagrada, são: as Crianças, os Caboclos e os Pretos-velhos. Elas simbolizam:
- A pureza, que nega o vício, o egoísmo e a ambição;
- A simplicidade, que é o oposto da vaidade, do luxo e da ostentação;
- A humildade, que é contrária a presunção, ao orgulho e ao descaso.
O Universo é tríplice e podemos verificar isso em vários exemplos:
- a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo);
- céus, terras e águas (as três extensões do planeta);
- o corpo, a alma e o espírito (a tríade que forma o homem);
- Crianças, Caboclos e Pretos-velhos (o ternário da Umbanda).
Poucos sabem que essas três representações são a expressão perfeita da fé em Deus, porque traduzem:
- o Princípio ou o Nascer (inocência);
- o Meio ou a Plenitude da Força (vigor);
- a Velhice ou o Descanso (consciência).
A força do número Três representa Deus e está presente em todos os cultos da Terra. Por exemplo: na Índia com Brahma, Vishnu e Shiva; no Egito com OsírisÍsis e Hórus; na Pérsia com Ormuzd, Ahriman e Mainyu; na Escandinávia com OdinVili e Wiho; na Gália com CernunnosBrigith e Cerridwen; entre outros... A Sagrada Família é uma representação ternária.
O número sete expressa a Criação com todas as suas obras e está presente em nosso cotidiano de várias formas:
- Sete dias Deus usou para a criação do mundo;
- Sete são os dias da semana;
- Sete cores formam o arco-íris;
- Sete Arcanjos servem a Deus;
- Sete são os Sacramentos Sagrados;
- Sete são os dons do Espírito Santo;
- Sete são as Linhas da Umbanda.
Em todos os trabalhos de Umbanda observam-se sinais e símbolos que confirmam a presença dos números três e sete. Nós mesmos, expressamos a existência desses números em nossa constituição sagrada. Somos formados de corpo, alma e espírito (uma tríade) e possuímos sete chakras principais em nossa estrutura física (setenário).
Portanto, a Umbanda obedece uma Lei Maior na apresentação de suas Entidades, com a representação da Santíssima Trindade em suas incorporações (ternário) e dos Falangeiros em suas atividades (setenário).
O número três é sagrado e está presente em todo o Universo. Assim, como é sagrado o número sete. Tanto o número três, quanto o número sete, estão presentes em todo trabalho de Umbanda.

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

As Entidades na Umbanda.

Todos nós expressamos aquilo que aprendemos através de sucessivas encarnações. Aos poucos nós evoluímos e adquirimos conhecimento sobre nós mesmos. E quanto mais aprendemos, mais evoluímos!
Essa evolução é visível em nosso Espírito... Por conta disso, os Médiuns Clarividentes conseguem visualizar características que expressam o quanto evoluímos e o quanto necessitamos evoluir...
Quando estamos encarnados, trazemos características de outras vidas. Quando estamos desencarnados, expressamos essas características em nossa roupagem fluídica. É como uma identidade pessoal, que carregamos, para que sejamos reconhecidos por nossos entes queridos.
Esse reconhecimento é entendido como "afinidade". A afinidade se expressa continuamente em nossa vida. Ela está presente, até mesmo, na nossa missão pessoal. Essa missão que trazemos, é como um roteiro a ser seguido, passo a passo... Cada passo representa uma etapa vencida para podermos seguir adiante.
A nossa Alma, ou seja, o nosso Eu Real, jamais revelou, nem revelará, a sua verdadeira essência ou "aparência". Ela exprime a sua consciência através do livre-arbítrio, que é uma condição exercida pelo espírito encarnado através de um corpo físico.
O corpo físico, após seu nascimento e através de sua família, passa a pertencer a uma Pátria. O Espírito, porém, não possui Pátria; quanto mais a sua Alma, que pertence ao Criador e ao Universo.
Ele pode, no entanto, carregar (conservar) em si os caracteres psíquicos de diferentes Pátrias ou de diversos renascimentos, expressando essa característica durante a sua manifestação (incorporação).
O conjunto desses caracteres experimentais contribuem para formar nossa personalidade: moral, mental e emocional. Por isso, quando encarnamos, eles influenciam, decisivamente, na forma de nossos corpos.
Ao nos elevarmos espiritualmente, nossa condição pode purificar-se e anular completamente os caracteres pessoais de qualquer encarnação. O corpo "astral" poderá assumir uma forma etérica, que apagará toda a aparência que nos caracterizou durante toda a passagem pelo mundo da forma humana.
Os trabalhadores espirituais da Umbanda ainda mantém a aparência fluídica dos traços humanos. Eles conservam a vestimenta carnal no aspecto espiritual, para serem compreendidos quando contarem a sua história.
Muitos Guias Espirituais já cumpriram a sua Missão de Vida e concluíram o Processo Khármico Evolutivo; eles, porém, decidem permanecer por amor àqueles que ficaram... Dessa forma, eles assumem muito mais o papel de Guias Protetores, do que de meros Trabalhadores Espirituais.
Por isso, muitas Entidades, ao se apresentarem ao Médium pela primeira vez, fazem um esforço extremo para que este cumpra a sua Missão de Vida. Por amor ao Médium, realizam diversas ações para chamar a sua atenção...
Com o passar do tempo, tanto o Médium, quanto o Guia, entram em sintonia plena, e podem, enfim, trabalhar... E assim, o Trabalho Mediúnico se realiza e ambos evoluem!

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