domingo, 28 de julho de 2013

Cacique Pemba Branca de Aruanda

Um Xangô Agodô no Reino da Umbanda.


Ele nasceu no oeste Africano e seu povo era formado por uma tribo nômade de coletores e pescadores, que viajavam entre as regiões de Benim, Costa do Marfim, Gâmbia, Libéria, Mali, Senegal, entre outras... E viviam dessa forma, em meio às Savanas Africanas, entre o Deserto do Saara e alguns Oásis, que encontravam pelo caminho.
Costumavam usar o pó de efun para pintarem seus corpos, diminuindo, com isso, o calor abrasivo do sol sob o corpo. Cobriam-se com peles de animais, nas noites frias, dormiam em cavernas, árvores ou ao relento... Se o local fosse bom, ficavam por um bom tempo e montavam acampamento, com todos os componentes da Tribo.
O deserto do Saara era cruel em determinadas épocas e a comida ficava escassa; então, os Holandeses chegaram, com a promessa de uma nova vida em terras distantes, cheias de fartura.
Ele acreditou e reuniu seus melhores homens para a viagem, pensando que um dia voltaria para buscar a mulher e os filhos. Durante a viagem, eles perceberam a armadilha: tornaram-se escravos, juntamente com outras tribos e nativos de outras regiões da África.
No porão do navio, além de sua gente, haviam mulheres e crianças viajando, todos desnutridos e esquálidos. Muitos morreram durante a viagem e seus corpos foram lançados às águas profundas do Oceano.
Ele, sempre calado, somente observava. Ninguém sabia que ele era o Cacique da Tribo e seus comandados acharam melhor preservá-lo assim.
Seu nome era "Cacique Pemba Branca" (ou na língua nativa: Tata Owo Efun-Efun), devido a um costume de sua tribo, que usava o Efun (pó branco), para pintarem-se antes de sair ao sol.
Os dias arrastavam-se e tornaram-se semanas e meses... Depois de uma longa viagem, muitos haviam morrido, durante o trajeto.
Quando acostaram o navio na nova terra e foram obrigados a desembarcar viram uma exuberante natureza, toda verde e frondosa e muitas pessoas diferentes os observavam. Haviam pessoas brancas, mas haviam alguns nativos índios, como eles, mas de outra cor.
Pemba Branca olhou e olhou... E percebeu que nada conhecia do mundo. Pela primeira vez, sentiu-se impotente perante Zambi e lembrou-se de sua Aldeia, de sua mulher e de seus filhos.
Uma lágrima escorreu de seus olhos e ele sentiu uma chibata em suas costas! Foi quando virou-se bruscamente e agarrou o seu agressor, puxando-o bem junto a si e pronunciou: "Tata Iku, Iku... Nhá Egungun, Kaô Kaô, Ma Epa Babá!" (Senhor dos Mortos e Senhora da Morte, faça Justiça, Meu Pai Maior!)
Os olhos do agressor estalaram, pois ele sabia da fama de "feiticeiros" que os negros carregavam. Acercaram-se dele e o levaram a uma senzala, com os outros negros.
No outro dia, eles seriam comercializados em Praça Pública, na cidade de Cabo Frio no Rio de Janeiro.
A noite caiu e Pemba Branca demorou para dormir... Ele ficou ouvindo o lamento das mulheres e das crianças.
Uma dor muito grande atravessou a sua alma e Ele queria entender o que Zambi queria Dele. Levantou seus olhos e pediu que o guiassem: Qual era a sua missão nessa terra?
No dia seguinte, ele foi um dos primeiros a ser comprado por um fazendeiro, pois era um negro forte e valente!
Foi levado às terras de Minas Gerais, para trabalhar em lavouras e minas de carvão. Com o tempo, ele nunca mais falou uma palavra de sua língua... Ele só ouvia e olhava.
Os outros o temiam, porque homem muito calado é arrisco! Somente um dia o viram ajoelhado em terra, com um punhado de lama nas mãos dizendo: "Odwdwa Dadá Orunmilá... Odwdwa ê!" Quem era nativo sabia que ele clamava à Mãe Terra e ao Pai Céu; mas, os demais, nada entenderam...
Um dia, o filho do patrão, perdeu-se da Casa de Engenho. Ele era um moleque arteiro de seus 7 anos e gostava de correr pela fazenda.
O patrão desesperou-se, pois pensou em sequestro e vingança e correu as terras com seus capatazes! Quando chegou próximo à Plantação de Canavial ouviu a voz de seu menino e uma outra voz desconhecida.
Apeou do cavalo e correu roça adentro... Foi quando deparou-se com Pemba Branca e seu filho sentados no chão conversando animadamente e brincando com pedrinhas.
O menino puxou o pai pela mão e disse: "Meu Amigo Pai, ele cuidou de mim!!!" E apontou para uma cobra caninana morta na beira do canavial. O homem caiu de joelhos e agradeceu ao negro que salvou a vida de seu filho!
A partir desse dia, Pemba Branca tornou-se o homem de confiança do patrão e passou a cuidar dos afazeres e dos escravos. Mas, continuava calado.
Então, o patrão mandou chamá-lo e perguntou o que o entristecia e ele apontou para a esposa do patrão e para seu filho...
O patrão entendeu e pensou: como resolver essa situação? Perguntou a Pemba Branca se ele entendia sua língua e ele fez que sim com a cabeça. Então questionou: "Você quer voltar? Ou quer buscá-los?" Pemba Branca refletiu, refletiu e por fim decidiu: gostaria de buscá-los.
Então, começaram os preparativos e Ele viajou à África para rever sua Aldeia e sua família. Mas, quando chegou não encontrou ninguém... Estava tudo deserto!
Procurou por dias e nem sinal de sua tribo ou gente. Desanimou, desesperou-se e quase desistiu da vida! Mas, havia dado sua palavra ao patrão e retornou ao Brasil.
Quando chegou, dedicou-se com afinco ao seu trabalho, mas tornou-se um homem sério, fechado e sisudo. Dificilmente conversava. Somente observava e fazia seu trabalho.
Passaram-se vinte anos e ele começou a adquirir os traços da maturidade. Mas, nem ele sabia mais de sua idade... Então, um dia trouxeram um nova leva de escravos para a fazenda e dentre eles haviam 4 rapazes, com pouca diferença de idade.
Ele foi encarregado de alojá-los e indicar-lhes o trabalho. Estavam maltratados, machucados e esquálidos. Cuidou deles, através da Nega Sinhá que alimentava a todos na fazenda. Nenhum deles levantou o olhar e ele os deixou assim, pois já sabia dessa dor.
Deixou passar três dias para que descansassem bem e alimentassem-se. Então, procurou-os para conversar e explicar tudo.
Eles estavam sentados no canto da senzala, vestidos, lavados e alimentados. Quando ele aproximou-se, um deles o enfrentou e  encarou seu olhar. Então, "aquele olhar" lhe disse alguma coisa e ele falou em sua língua nativa: Nh'Yaô... (Meu Filho...)
De repente, todos se acercaram dele e o abraçaram... Eram seus filhos perdidos! Conversaram, conversaram e esclareceram tudo.
Ele soube que a mãe foi mordida por uma serpente do deserto e não sobreviveu... Seus filhos peregrinaram por outras terras, em busca de alimento e sobrevivência.
O tempo passou e os filhos pensaram que o pai havia sido assassinado por outra tribo ou comido por bichos selvagens.
Agora, eles esclareceram tudo e estavam juntos novamente!
Pemba Branca correu contar ao patrão sobre seus filhos. Ele já havia conquistado o respeito e a admiração de todos na Fazenda e foi recebido com alegria.
Então, lhe prepararam uma choça no meio da senzala, para ele morar com a família, onde poderia ter sua privacidade assegurada. Ele nunca casou-se novamente, pois ainda pensava reencontrar sua esposa.
Porém, a vida lhe preparou um novo destino e ele conheceu uma africana de uma tribo vizinha, que havia chegado há poucos meses na fazenda. Desposou-a e teve com ela duas meninas gêmeas, que ele chamou de Naê e Ylá - em sua língua nativa...
Depois disso, ele ainda viveu mais trinta anos e pode visualizar o processo de libertação dos escravos sendo elaborado por alguns abolicionistas.
Seu patrão faleceu, mas o Sinhozinho que herdou a Fazenda sempre foi seu amigo e ele foi tratado com respeito.
O Sinhozinho tornou-se um Abolicionista e libertou a todos os escravos, dando moradia, sustento e soldo a todos. Ele foi um homem honrado e respeitado, que ajudou no Movimento da Inconfidência Mineira.
Hoje, Cacique Pemba Branca de Aruanda trabalha silenciosamente nos Terreiros de Umbanda e Candomblé pelo país afora... Ele é pouco conhecido no Plano Físico, mas muito respeitado no Plano Espiritual!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Diferença entre ELEMENTAIS e ENCANTADOS.

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Muitos Umbandistas, Exoteristas, Espiritualistas, entre outros, confundem "Encantados" com "Elementais".
Devido ao mau uso da informação e a pedido de nossos Mentores, decidimos elucidar a diferença entre um SER ELEMENTAL e um SER ENCANTADO.
Devemos lembra que Umbanda não é Candomblé! A Umbanda trabalha com os Antepassados, que são Espíritos Ancestrais ou Eguns de Luz (como dizem nossos irmãos Candomblecistas). E o Candomblé trabalha com os Orixás.
Um SER ENCANTADO teve uma vida encarnada, mas "encantou-se" e tornou-se parte integrante da Natureza. Eles passaram a viver numa dimensão a parte, podendo auxiliar de diversas maneiras seus "assistidos". Um Encantado, apesar de ser "espírito", pode deslocar-se em algumas dimensões, que lhe são permitidas.
Um SER ELEMENTAL jamais teve vida encarnada! Os Elementais passaram e passam de uma dimensão a outra livremente, atuando nos diversos Planos, com a permissão Divina.
Assim, os "Cramunhãozinhos", Capetinhas, Fadinhas, Sereias, Hamadríades, Salamandras, Elfos, Gnomos, Duendes e, tantos outros, são SERES ELEMENTAIS.
Os ENCANTADOS, ao contrário dos ELEMENTAIS, são espíritos que tiveram vida carnal e se encantaram, ou seja, eles transformaram-se...
Todo falangeiro (Entidade) de Umbanda teve vida encarnada. Todo ORIXÁ é um Ser que jamais se encantou e jamais foi um elemental.
Orixás são Divindades ou Seres Divinos. Ou seja, eles são Seres de Pura Energia que habitam Dimensões Extra-humanas. Os Orixás são cultuados no Candomblé e necessitam de "feitura" e "obrigações" para serem recebidos.
No entanto, dentro de algumas Nações do Candomblé existe o trabalho com os Encantados. Por exemplo, na Nação Jeje e na Nação Tambor de Mina e, também, na Encantaria e no Catimbó.
Como exemplo de um Ser Encantado, podemos citar o Negrinho do Pastoreio... Como exemplo de Elemental, podemos citar as Fadas.
Muito Axé a todos que trabalham na Lei e na Ordem! E muita luz a todos que servem aos seus Orixás ou às suas Entidades com verdadeira dedicação.

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Maria Madalena

Serva do Senhor e Protetora dos Excluídos.


Maria Madalena, a quem Jesus concedeu especial atenção e perdão, foi uma das mulheres mais presentes na Ressurreição de Cristo.
Foi dado a ela (Maria de Magdala), juntamente com Maria de Nazaré e uma terceira Maria, provavelmente a irmã de Lázaro, o direito de encontrar o Sepulcro vazio. Essa é uma das Lendas das Três Marias, que aparecem no céu em forma de Estrelas Guias...
Mas, por que foram as mulheres tiveram o primeiro privilégio de confirmar a Ressurreição de Jesus? Porque as mulheres representam a Geradoras da Vida.
Maria Madalena acreditava que Jesus Cristo realmente era o Messias. (Lucas 8:2; 11:26; Marcos 16:9). Madalena esteve presente na Crucificação e no Funeral de Cristo, juntamente com Maria Mãe de Jesus e com outras mulheres (Mateus 27:56; Marcos 15:40; Lucas 23:49; João 19.25).
No sábado após a Crucificação, Madalena saiu do Calvário rumo a Jerusalém para comprar perfumes, a fim de preparar o corpo de Cristo da forma como era de costume. Permaneceu na Cidade durante todo o dia e "quando ainda estava escuro" foi ao Sepulcro e achou-o vazio...
As mulheres receberam do Anjo a notícia de que Jesus havia Ressuscitado e foi-lhes dito que deviam informar tal fato aos Apóstolos. (Mateus 28:1-10; Marcos 16:1-5,10,11; Lucas 24:1-10; João 20:1,2; compare com João 20:11-18).
Segundo os Antigos Manuscritos, Maria Madalena era uma mulher extremamente bonita e sedutora! Ela até tentava se esquivar das investidas masculinas, mas, nada conseguia... Devido a época em que vivia, onde todas as mulheres deviam se submeter às ordens dos homens!
Maria Madalena ou Maria de Magdala foi escolhida como Protetora das Pombagiras por conhecer de perto a discriminação e o preconceito pelo qual passavam todas as mulheres diferentes da Sociedade.
Por isso, Maria Madalena comanda toda a Linhagem das Pombagiras e, sob seu comando, muitas Pombagiras executam diferentes funções no Trabalho Mediúnico.
Também é Maria Madalena que comanda o Resgate dos Espíritos Perdidos, os quais são encaminhados aos Hospitais Espirituais para acolhimento e tratamento.
Além dessas funções, Maria Madalena ainda se dispôs a permanecer na Terra, com a função de auxiliar todos os Espíritos Femininos em sua missão particular...
Ou seja, Maria Madalena é um Espírito abnegado, amoroso e dedicado, que trabalha incansavelmente, no propósito maior de Salvação da Humanidade.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pombagira Cigana Luna

Ela viveu no sul da Itália, no século XVII. Era uma mulher de rara beleza, que morava em uma Aldeia de produção de vinho. Em breve, ela se casaria com o timoneiro de um navio e estava ansiosa pelo dia do seu casamento.
Luna, esse era seu nome, era uma garota que amava seu povo e que lutava por ele. Ela era firme e decidida mas, era muito dedicada aos princípios da família. Por isso, não tolerava a injustiça.
Luna costumava se reunir com o povo para lutar por seus direitos. Mas, essa foi uma época em que as mulheres não tinham voz. Elas nasciam, simplesmente, para servir aos homens.
Esse também foi um período de muitos saques e ataques em toda a Europa. Muitos soldados estavam aproveitando o escudo real para sequestrar, roubar e matar "em nome da Coroa". Como eles passavam em todas as vilas, não demorou muito para chegarem à "Aldeia dos Vinhos"; onde Luna morava...
Por causa de sua notável beleza, Luna não passou despercebida aos olhos dos saqueadores e do comandante das tropas.
Os soldados beberam, comeram, roubaram e quando estava partindo decidiram sequestrar a bela garota. O povo do Vilarejo reagiu... Então, o comandante ameaçou matar as crianças.
Luna, pediu ao povo que não lutasse e seguiu com seus captores.
Eles a levaram para uma Aldeia abandonada e durante vários dias a violentaram...
Quando Luna acordou, estava sozinha e abandonada. Luna não era mais a mesma pessoa. Ela se levantou e começou a andar sem destino... Andou até desmaiar em frente a uma cabana. Luna foi acolhida por um casal, tratada e curada. Mas, não falava. Ficou até melhorar e partiu...
O tempo passou e na "Aldeia do Vinho" nunca mais se ouviu falar de Luna. O que lhe aconteceu? Ninguém sabia...
Luna morava agora numa cabana oculta no meio das matas. Todos os dias ela treinava com armas que ela mesma criou... Agora, ela tinha apenas um objetivo: encontrar seus malfeitores e se vingar...
Cinco anos se passaram e Luna era agora uma especialista no manuseio de armas diversas. Ela mudou sua aparência e foi morar junto daqueles que a machucaram. Ela ganhou sua confiança e começou a estudar seus hábitos diários.
Aos poucos, ela foi matando um a um... Perceberam que homens estavam morrendo, mas, ninguém conseguiu explicar o que estava acontecendo.
Quando Luna terminou sua vingança e matou todos aqueles que tinham tomado sua virgindade, ela foi até as docas, onde atracavam os navios... Ficou circulando por alguns dias, margeando o mar, com a esperança de encontrar o amor de sua vida. Foi quando ela viu um homem, uma mulher e uma criança correndo pela praia...
Luna sentiu que sua vida terminou naquele momento. Ela, então, correu e entrou no mar e afundou, deixando as ondas levarem seu corpo às profundezas. Nesse momento desistiu de viver...
Mas, algo a deteve e a trouxe de volta à vida. Luna não estava mais na costa italiana. Acordou em outro país, com pessoas estranhas lhe observando. As pessoas eram diferentes, mais exóticas, mais coloridas e mais calmas. Ela foi tratada com carinho e curada. Depois descobriu que estava na Índia. Demorou para aprender a língua e conhecer os costumes locais. Ela aprendeu a religião do povo e passou a viver uma nova vida.
Foi assim que os anos passaram... Luna mudou seu nome para Parvati e começou a seguir o Hinduísmo. Ela estudou reencarnação e entendeu a Lei de Causa e Efeito. Por fim, terminou seus dias sozinha, como monja em um mosteiro na região do rio Ganges, a serviço da deusa Kali, com quem mais se identificou...
Após desencarnar, seu espírito vagou pela Europa através das terras italianas, em busca de sua família e de seu amor. Mas, muitos anos haviam se passado e tudo estava mudado. Então, ela pediu clemência aos "Deuses Hindus" e foi resgatada. Hoje, Luna "Parvati" trabalha como Pombagira Cigana, na Umbanda Sagrada.

sábado, 13 de julho de 2013

Apresento-vos o Senhor Exu Lúcifer...

E seus assistentes: os "cramunhãozinhos"!

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"Lúcifer" é citado na Bíblia como o "Anjo Caído do Senhor". O seu nome significa: Lucem Ferre - o "Portador da Luz", mas ele possui outros nomes, em outros idiomas, como: Heilel Bem-Shachar, Heosphoros, Shai'tan, entre outros. Muitos chamam-no de Diabo, Satã ou Satanás, entre outros nomes.
Baco, o deus grego, também já foi confundido com ele, quando a Igreja Católica dominou a maioria dos Continentes. E, também, houveram outras Entidades e Devas de Religiões Pagãs, que foram chamadas de "demoníacas" ou "satânicas"; fazendo com que seus seguidores fossem "queimados vivos", ao serem denominados de adoradores do Diabo.
Na passagem Bíblica que conta a história de Jó, Deus reúne seus servos e dentre eles está o "diabo" (Jó 1;6-12). Então, Deus pergunta a "ele" sobre Jó: "Você tem visto meu servo Jó?" E, ele começa a debater com Deus, a fidelidade de Jó. Então, Deus lhe dá a permissão de importunar seu servo da maneira que quiser, mas "sem tocar em sua vida". Vejam só: Deus permite ao Diabo incomodar Jó, desde que não lhe tire a vida. Isso está bastante claro: Deus comanda a tudo! E Lúcifer também é seu servo.
Quando alguém comete erros, desatinos ou atos malignos, ele exime-se de sua culpa dizendo: eu fui "tentado", a culpa não é minha, eu fui induzido a fazer essas coisas... Temos esse costume de culpar os outros por nossos erros; em vez de assumirmos nossas culpas e nossas falhas. As religiões espiritualistas acreditam que cada um possui em si mesmo o bem e o mal e que o próprio indivíduo é responsável pela sua evolução. Assim, não há como culpar o outro por nossas derrotas. Nós somos responsáveis por nós mesmos.
O Senhor Exu Lúcifer é o Senhor Absoluto do mais baixo Umbral! Ele é responsável por recolher e doutrinar as almas desviadas do caminho do bem. Junto dele atuam diversos Exus e Pombagiras, mas seus fiéis servos são os populares "Cramunhãozinhos", que alguns chamam de Capetinhas ou Diabinhos. Os Capetas e os Diabos e seus diminutivos, Capetinhas e Diabinhos, são anjos caídos. Os Cramunhãozinhos são Elementais Negativos do "Embaixo" e auxiliares do Maioral.
Eles são os responsáveis por "infernizar, atormentar e testar" a vida da pessoa que precisa provar seu valor a Deus. Por que eles possuem essa permissão? Porque todo indivíduo que possui missão, pode corromper-se e desviar-se do bom caminho, praticando todo o tipo de malefícios. Então, nada melhor do que "o morador mais antigo da Terra e maior conhecedor de todos os males" testar a criatura em seus anseios.
Prova disso, de que todos são testados sem distinção, está no Período da Quaresma (da quarentena de Cristo no deserto) onde o Diabo também tenta e testa Jesus em seu verdadeiro objetivo de vida. A pergunta que cabe aqui é: "Deus permitiu ao Diabo testar seu próprio Filho?" Sim, porque é Deus Quem a tudo permite! (É Bíblico!) Então, se somos "tentados" ou "testados" isso ocorre com a permissão de Nosso Pai Maior (Olorun-Zambi). Pois, Ele precisa ter certeza que cumpriremos nossa missão verdadeiramente, dentro da Lei Maior.
Exu Lúcifer não tem uma história pois, simplesmente, existe e sempre existiu. Onde os Mundos são criados, onde a vida é gerada, ele é designado para trabalhar. Ele está lá para manter a Ordem e o Equilíbrio. Ele sempre é condenado, julgado e rechaçado - essa é a sua sina. Mas, ele a aceitou por amor ao Pai... Porque alguém precisa comandar o Escuro das Almas.
Quem possui um Exu Lúcifer em sua hierarquia de trabalho, pode ter certeza de que possui débitos com a Lei da Justiça Cósmica Universal e a melhor forma de quitar suas dívidas é cumprir sua missão de comando com sabedoria, sem fazer mal uso dessa "força sobrenatural".
O Maioral "Senhor Lúcifer", não é um espírito, nunca foi, pois não possuiu vida carnal. Ele passou diretamente, de um Reino Angelical a um Reino Extra-Humano, para cumprir sua missão de "doutrinador" dos espíritos errantes.
Lúcifer, com seus Cramunhãozinhos, infernizam, testam e tentam todo e qualquer ser humano, para que Olorun-Zambi tenha certeza de sua fidelidade!

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segunda-feira, 8 de julho de 2013

A importância do trabalho dos Exus e das Pombagiras na Umbanda Sagrada...


Os Exus e as Pombagiras* são mais que simples Guardiões... Eles possuem uma função muito maior do que acompanhar o "cidadão" para cima e para baixo. Eles são, antes de mais nada, transmutadores, transformadores e condutores.
Os Guardiões conseguem transmutar toda e qualquer energia, transformando o ambiente aonde atuam. Eles também são condutores: de pessoas, de espíritos, de locais ou de acontecimentos. Exus e Pombagiras trabalham incansavelmente para o bem comum, mesmo em lugares onde são ultrajados e discriminados. Eles protegem escolas, repartições públicas, igrejas, templos, comércios, indústrias e empresas diversas. E estão lá, trabalhando no meio da multidão, como se fossem espíritos comuns.
A aparência que Eles utilizam no Umbral no momento do trabalho, nada mais é do que um disfarce, para passarem despercebidos no meio em que atuam. Eles precisam parecer "iguais ou semelhantes" a quem Eles ajudam ou recolhem, para não serem rechaçados e repelidos na hora do atendimento.
Por isso, temos os mais variados "Exus" e as mais variadas "Pombagiras", todos utilizando roupagem fluídica condizente com a aparência do local ou do ambiente em que estão trabalhando.
Nós aqui na Terra, somos muito apegados a conveniências, aparências e nomes. Aos Espíritos nada disso importa, pois Eles compreendem que na Esfera Extra-humana, o mais importante é a essência espiritual de cada criatura.
Mesmo assim, nas situações extremas do Umbral, ainda existem criaturas apegadas ao seus anseios, tradições e aparências... Assim como aqui, nessa dimensão, somos apegados aos valores transitórios da carne.
Por conta disso, existem os Exus e as Pombagiras... Falangeiros Guardiões, com as mais variadas funções! Eles podem transitar e agir em diferentes meios, com a missão de "queimar" energias sólidas ou densificadas pelas mazelas humanas.
Os Exus e as Pombagiras só não fazem uma coisa: interferir no Livre Arbítrio de cada ser! Porém, a Eles é dado o direito de intervir em determinadas questões... Mas, como existe o Plano Reencarnatório de cada um, todos os trabalhadores espirituais estão obrigados a respeitar e seguir o que está escrito nesse plano.
Como existem as "Dívidas Khármicas", mesmo em um trabalho de magia ou demanda, os Guardiões são obrigados a observar e esperar a Lei de Ação e Reação acontecer... Ou seja, numa briga entre dois "bruxos" Eles não tomam partido, apenas servem o que cada um lhe solicitar, como é da Lei. E depois do desencarne de ambos, estes pagarão conforme a Lei Maior determinar.
Conforme diz o ditado: "Cuidado com o que você pede, que você pode conseguir!" É preciso saber o que e como pedir, sempre respeitando a Lei Maior e seguindo os princípios básicos da Lei de Causa e Efeito.
Portanto, os Exus e as Pombagiras fazem mas, depois, cobram! Por isso, um conselho: "Não fique em dívida com um Exu ou com uma Pombagira, porque Eles têm o direito de cobrar como bem entender... Porque é da Lei."
Os Exus ou as Pombagiras jamais serão espíritos "caídos", como muitos ignóbeis pensam... Pelo contrário, eles são espíritos que abriram mão de sua função e formação primordial, para dedicarem-se a uma causa maior: o resgate das almas umbralinas.

*Pombagiras - grafia analisada pela USP, no documento:
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde.../Tese_Mariana.pdf

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Exu Sete Capas da Jurema e Pombagira Rainha das Matas


Eles viveram no século XV, em meio ao caos da Inquisição e da Perseguição a todos aqueles que professassem uma religião ancestral. Ele era um soldado da Coroa Espanhola e trabalhava a serviço dos Inquisidores Negros. Ela era uma aprendiz da religião da Grande Deusa. Ele viajava muito para capturar os "traidores" da Coroa. Ela morava no norte da Irlanda, onde ainda se preservavam os costumes da religião pagã.
Quando ele passou pelo vilarejo a viu e trocaram olhares. Ela não sabia quem era aquele soldado ou o que ele fazia; muito menos ele desconfiou das suas tradições. Estavam apenas de passagem procurando vestígios da Antiga Religião e cúmplices dos rituais pagãos. Pernoitaram em uma pousada no vilarejo. Ela era a serviçal do local e o serviu durante todo o tempo em que ele esteve hospedado.
Dois dias depois, o regimento seguiu viagem para percorrer todo o território; mas, voltaram em alguns meses. Então, reencontraram-se e dessa vez decidiram estar juntos. Enquanto seu regimento seguiu viagem, ele ficou no Vilarejo por mais duas semanas. Conheceu os familiares dela e assumiram compromisso. Depois retornou à Espanha, para prosseguir com seu trabalho. Todo soldado da Inquisição trabalhava em sigilo, por isso ela não soube o que ele fazia. Os aldeões também guardavam segredo sobre suas práticas por medo de represálias.
Assim, eles assumiram um compromisso que estava entremeado ao destino de cada um... De seis em seis meses ele retornava ao Vilarejo para visitá-la. Marcaram as festividades para o casamento, que se realizaria dentro de um ano, pois ela ainda era menina-moça e ele precisava retornar para terminar alguns compromissos junto a Coroa Espanhola.
No decorrer desse tempo, a Inquisição Italiana assumiu a frente de capturar todos os seguidores da antiga religião e todos os Reinos passaram a servir ao Papado e a Aristocracia Romana. Eles não se viam há mais de três meses e muitas perseguições começaram a ocorrer durante esse período. Foi a época mais negra da história! O vilarejo foi devastado e ela foi levada em frente ao Tribunal da Inquisição Romana. Ele estava lá e a viu... Foi quando cada um soube a verdade sobre o outro.
Ele a procurou na prisão para conversar e ela lhe contou tudo. Ele ficou aflito, pois não sabia o que fazer e que atitude tomar... Tentou interceder por ela e explicou ao Sumo-Pontífice que ela era sua noiva e que nada tinha a ver com aquilo tudo; mas, foi em vão...  A sentença já estava decretada: ela seria decapitada como herege.
No dia da execução ele estava lá e quando o algoz ergueu o machado da execução, ele não se conteve: empunhou sua espada e subiu ao palco das condenações. Matou o algoz e cortou as cordas que prendiam sua amada. Porém, tudo foi em vão, porque em poucos minutos a guarda armada já havia cercado todo o tablado. O Bispo que a tudo assistia, insuflou a multidão dizendo: "Vejam: a feiticeira enfeitiçou nosso soldado! Queimem-na..."
Ela foi arrastada à fogueira e ele foi recolhido à masmorra, como traidor. Por ser soldado, não foi executado, mas terminou seus dias na prisão... Ela morreu em meio às chamas no centro da Cidade Romana. Encontraram-se anos depois no Plano Espiritual, para reconstruírem sua jornada juntos. Hoje, eles trabalham na Umbanda Sagrada e servem ao Amor Maior com dedicação e coragem.