sábado, 29 de junho de 2013

O que é Falange?


Muitas pessoas confundem "Falange" com a denominação "Linha". Até mesmo os umbandistas cometem essa mesma falha e evidenciam essa confusão em seus escritos ou em suas explanações. E acabam confundindo os médiuns...
O comando das Sete Linhas da Umbanda foi determinado e exemplificado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, em diversas oportunidades. Zélio de Morais, juntamente com Diamantino Trindade e outros nomes proeminentes da Umbanda na época, esclareceram de diversas formas o que viria a ser "Linha" e o que viria a ser "Falange".
O problema, como em toda e qualquer religião, são os manipuladores de opinião ou os falsos doutrinadores. Esses que querem se sobressair a qualquer custo e, por conta, disso: manipulam, distorcem e desvirtuam a verdade.
A Umbanda possui três pilares, que já foram esclarecidos em diversos textos e livros publicados: Erês, Pretos-velhos e Caboclos. Eles representam a Tríade Umbandista ou Três Pilares da Umbanda... Ou seja, eles são a base da Umbanda Sagrada. Os Erês representam as crianças ou a infância. Os Caboclos representam os adultos. E os Pretos-Velhos representam os idosos.
Dentro da Tríade Umbandista (Trindade) existem as Sete linhas de Umbanda, manifestando as qualidades espirituais. "Linha" é a denominação atribuída ao comando de alguns Orixás, em consequência de sua essência.
Cada Linha possui sob seu comando diversas falanges. No dicionário, a palavra "Falange" significa: batalhão; grupamento; formação de tropas; corpo de infantaria; qualquer grupo de soldados; ou ainda, cada osso que compõe os dedos dos pés ou das mãos.
Podemos perceber que a representação de "Falange" nos dicionários em geral, está bem esclarecida e definida. Portanto, não há como haver confusão!
Enquanto cada "Linha da Umbanda" representa uma sintonia com determinada vibração, como as sete cordas de um violão ou as sete notas musicais... Cada Falange é um grupamento espiritual, com determinada atuação (função), como uma mão ou um pé. E por isso mesmo, chama-se "Falange".
As Falanges, em geral, podem atuar em toda e qualquer Linha, sob as ordens de qualquer Comandante, justamente porque são "soldados". Um soldado segue a ordem daquele grupamento ao qual serve...
Precisamos entender que "Falange" na Umbanda, refere-se a um Exército especial e preparado, para enfrentar toda e qualquer eventualidade, estando a dispor do Orixá que lhe solicitar...
Cada falangeiro possui sua história de vida; no entanto, no momento em que está trabalhando, ele é apenas e tão somente, um representante de sua Linha.

Pin on History-wars and warriors

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Salve todos os Xangôs!

Pin em Asè!Pin on Orisa

Como a Umbanda possui o sincretismo em sua fundamentação, ressaltamos o comando da Linha de Xangô... Além de comandar a Falange do Povo do Oriente, Xangô também direciona o Xamanismo, pois é através dele, que podemos visualizar toda a grandiosidade de nossa Mãe Natureza!
Na Umbanda Sagrada temos o comando dos Xangôs: Abomi, Aganju, Alafim, Kaô, Agojo, Alufan e Agodô; sincretizados com: São Bento, São Pedro, São Paulo, São Jerônimo, São José e São João Batista. A saudação a todos os Xangôs é: Kaô Xangô, Kaô Cabecielê!
Nesse mês de julho celebramos os principais Santos Católicos relacionados ao sincretismo de Xangô. Em 24 de junho temos o dia de São João Batista (Joannes), primo e amigo pessoal de Jesus. João assumiu sua missão já no ventre de sua mãe, por isso ele se mexeu quando Maria visitou sua prima Isabel.
Desde cedo, João Batista assumiu seu amor por Deus e tornou-se um servo fiel e dedicado em sua missão de evangelizador. Por isso, vemos diversas pinturas de São João Batista ainda criança. Xangô no sincretismo com São João Batista comanda as Falanges do Povo do Oriente... Isso se deve ao fato de que ele era Judeu, nasceu e viveu na parte Oriental de Jerusalém.
No dia 29 de junho temos a Festa de dois Santos, que representam as duas colunas da Igreja Católica: Petrus (a Rocha) e Paullus (o Humilde) - São Pedro e São Paulo. Pedro: era Simão, mas Jesus lhe dá o nome de Pedro, que significa ser "pedra".
A pedra na Bíblia significa segurança, solidez e estabilidade. Ele recebe "o poder das chaves" e torna-se "Aquele que responde pelos Doze". Ou seja, São Pedro é quem administra, governa e dirige as responsabilidades da evangelização. A chave simboliza que ele recebeu a função de ligar e de desligar tudo o que existe...
Paulo, que era Saulo, aparece mais na qualidade de Fundador carismático da Igreja, pois de perseguidor, transforma-se em mensageiro de Cristo e torna-se um Apóstolo. Ele passa a ser um grande pregador, evangelista e escritor.
Paulo realiza a missão de testemunhar a Ressurreição de Jesus em todos os lugares por onde viaja e torna-se o Apóstolo das Nações. Ele descreve suas viagens em cartas e, mesmo na prisão, escreve várias epístolas teológicas que são descritas no Novo Testamento. 
Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. Paulo foi decapitado, por ser cidadão romano - o que impedia a sua crucificação. Pedro é retratado com as Chaves da Igreja em sua mão, enquanto Paulo possui uma espada e um livro nas mãos.
Pedro e Paulo representam duas dimensões da missão cristã, diferentes, mas complementares. É como uma balança que necessita estar em equilíbrio, para representar a harmonia entre dois opostos. Ou como o machado com dois gumes (dois cortes)... 
Esse sincretismo com Xangô deve-se à representação dos mesmos simbolismos com os Santos em questão, como: a fortaleza, a justiça e a liderança. Por isso, o sincretismo possui fundamentação.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Cigana Rubi

Ela morava em um acampamento Romeno, onde era feliz. Com o seu Povo aprendeu tudo o que pôde sobre os costumes e a Cultura Cigana. Sua maior felicidade era sentar-se debaixo de uma árvore e observar os melros, colher as flores e cantar as melodias de seu Povo. Ela era jovem e já estava noiva do herdeiro da tribo.
Mas, o destino queria que sua vida seguisse outro caminho... Em uma tarde ensolarada, ela conheceu um jovem Armênio. O casamento para o seu Povo era algo sagrado e não podia ser desfeito. Era um pacto de sangue selado para a vida e ela sabia disso. Entretanto, a cada dia seu amor pelo jovem crescia cada vez mais, e a promessa de uma vida juntos se consolidava.
Então, um dia, antes de levantar acampamento para ir para outro lugar, ela e o rapaz resolveram fugir. Ela preparou cuidadosamente sua fuga e se encontrou no local combinado. Mas, toda mãe percebe a mudança de sua filha e eles foram surpreendidos por seus pais, enquanto tentavam escapar. O menino não podia ser punido pela Tribo, pois não fazia parte da Etnia Cigana. Então eles o soltaram...
Ela, porém, ia pagar dentro da Lei e ser excluída da Tribo Cigana, após ser punida. A Tribo levantou acampamento e continuou sua jornada para terras distantes. Rubi foi abandonado na França, para morar com os acrobatas.
A França viveu um período de revoluções e diferentes grupos foram perseguidos. Nessas atividades, Rubi foi mortalmente ferida por um soldado francês. Hoje em dia, Rubi trabalha na Umbanda Sagrada como Cigana.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Caboclo Pedra de Fogo

Sua história nos foi contada por ele mesmo...
"Eu nasci e vivi em uma Aldeia na Ilha dos Maoris, próximo ao Vulcão Maior. Hoje tudo isso recebeu outro nome e transformou-se em cidade. A cultura é outra e nosso povo está quase extinto. Nós iniciamos o Culto aos Ancestrais através das Tatuagens no corpo, onde utilizávamos o martelo de madeira, uma agulha de osso e a brasa do fogo (ou a pedra de fogo, como chamávamos). Eu era o Chefe de uma dessas tribos e sentia orgulho de nossa raça, de nossa crença e de nossa natureza. Vivíamos em perfeita comunhão com tudo o que nos cercava. A Mãe Terra era benéfica e amorosa com nossos filhos, pois nada nos faltava. Contávamos os dias e o tempo, pelo sol, pela lua e pelas estrelas. Tudo ia bem até a chegada de um conquistador branco, que se tornou famoso para vocês. A história dele é contada em livros e estudada nas escolas... Mas ninguém conta o que nós passamos e o que nós vivemos nesses dias.
Nossa terra até hoje é considerada um Paraíso, então, "imaginem vocês", naquela época! Era o Jardim do Éden - como dizem na Bíblia. Éramos muito felizes e abençoados! Vivíamos em perfeita paz e harmonia. Todas as aldeais e povos se entendiam e não haviam guerras em nossa ilha. Fazíamos oferendas à Deusa Mãe Papatuanuku (nossa Natureza, nossa Terra) e ao Deus Pai Ranginui (Senhor dos Céus).  Cuidávamos de apaziguar Hiro (o Deus do Fogo, que habitava o interior da Terra), pois ele cobrava suas almas após a morte; então, cremávamos os corpos. Todos os Filhos e Filhas dos Deuses eram sagrados para nós tudo e respeitávamos seus avisos. Na natureza tudo era vivo e possuía Mana (Alma).
Com a chegada dos Conquistadores, houveram muitas guerras e muitas tribos mudaram de lado, por medo. Assim, os Paheka se distanciaram de nós, os Maoris. E as disputas foram inúmeras. Não aceitamos pacificamente a colonização e lutamos muito para não entregar nosso povo, nossa cultura e nossa natureza. Eu lutei o quanto pude para manter meu povo unido e para manter nossa crença protegida. Foram anos difíceis aqueles e estávamos sempre alertas. Eu sabia que meu tempo na Terra estava terminando, pois eu sentia o chamado de Rangi e Papa (nossos deuses). Quando a minha hora chegou, aconselhei meu filho a assumir a liderança e a manter nossa tribo unida. Pedi que cumprissem todo o ritual, pois eu queria descansar em paz e não queria perturbar Hiro. E assim fizeram...
Hoje trabalho no Plano Espiritual, com tudo aquilo que aprendi e convivi nessa minha última encarnação como Chefe Maori. Procuro passar ao meus filhos três conceitos básicos: o respeito à Natureza; o respeito ao próximo; e o respeito por si mesmo. Nós somos Templos Sagrados do Divino e precisamos cuidar de nosso templo; assim, como tudo o que nos envolve é um templo sagrado habitado por Mana. Devemos honrar e respeitar nossos Ancestrais e os mais velhos que nós, pois é deles que vêm a verdadeira sabedoria. Somos todos irmãos e iguais, feitos do mesmo material estelar e nossa luz só pode aumentar se preservarmos nossa essência primordial. Eu sou o Caboclo Pedra de Fogo, aquele que trabalha em equilíbrio com as Leis Naturais!"

Resultado de imagem para tribo maori nova zelandia

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Guardião Sete Fronteiras

Aquele que caminha entre os Mundos.

Ele foi uma sacerdote Druida do século III e viveu na Antiga Região da Gália. Seu destino era preservar a sua Crença e o seu Povo de toda a Invasão Europeia. Mas, aqueles eram "tempos difíceis" e o conhecimento estava se perdendo... As Guerras eram constantes, os homens viviam como animais selvagens e o caos estava instalado no Planeta. Era difícil saber quem venceria e o que permaneceria...
Nessa época, o Cristianismo já havia se efetivado e dominava toda a Europa. As Antigas Religiões não tinham mais voz ou vez, pois estavam sendo extintas uma a uma... Tudo era considerado uma heresia e quem discordasse, era morto instantaneamente!
Ele sabia de tudo isso, pois foi avisado em sonho. Então, resolveu separar todos os escritos, todas as Fórmulas Mágicas de seu Povo e todo o conhecimento acumulado por séculos, para passar a uma pessoa de confiança. Observou sua Tribo durante semanas... Espreitou um a um e no meio deles encontrou um menina de nove anos apenas, de coração puro e olhar meigo.
Chamou seus pais e conversou com eles, pediu a guarda da menina, informando que queria doutriná-la na Antiga Religião Ancestral. Os pais sentiram-se honrados, mas ficaram temerosos de se afastar da filha. Porém, concordaram em deixá-la sob a guarda do Druida.
Na sétima lua após o acordo firmado, os anglo-saxões invadiram a Aldeia. Os pais da menina acudiram-na e a entregaram ao Druida e disseram: "Foge e leva nossa filha!"
Eles partiram e deixaram para trás uma Aldeia em chamas, saqueada e destruída. A menina chorou muito a perda de seus pais, mas eles tiveram que partir sozinhos, embrenhando-se nas florestas de carvalho e de cedro.
Caminharam dias, semanas, meses, sempre à noite... Durante o dia escondiam-se em uma caverna e dormiam, alimentavam-se e ele lhe ensinava tudo o que podia e o que sabia...
Continuaram caminhando por meses e por anos através de diversos territórios. Deixaram para trás toda a Gália e toda a história Celta.
Chegaram, então, a um novo território (que ele visualizou em sonho) e ali permaneceram. Construíram uma casa e começaram a cuidar da terra, pois era primavera e o gelo estava se desfazendo. Essa região era a Sibéria - um local ainda protegido das invasões dos anglo-saxões.
Assim, puderam viver em paz e com tranquilidade por toda a vida. Ele desencarnou quando ela estava com trinta anos. Ela nunca se casou...
Ela praticou a Religião até o fim de seus dias e, antes de morrer, procurou uma montanha e guardou todos os escritos que havia confeccionado. E determinou mentalmente que, algum dia, alguém de puro coração os encontrasse...
Ela desencarnou mansamente e solitária em sua casa. Ele e seus pais lhe esperavam do outro lado. Juntos começaram uma nova jornada de evolução...
Reencarnaram no século VII na França; depois na Itália, durante o século X. E, novamente na França, no século XIV, onde conheceram Joana d'Arc e conviveram com ela. Em seguida, no século XVII reencarnaram na Bulgária, vivendo como mouros. No século XVIII, viveram no norte da América na Tribo dos Sioux. No século XIX, eles reencarnaram, novamente, na França e conheceram a Filosofia de Allan Kardec. No começo do século XX, estavam reencarnados no Brasil, onde conheceram Zélio de Morais... Nessa vida eles viveram pouco tempo, cada um com sua trajetória.
Depois disso, ele passou a atuar somente no Plano Espiritual como Guardião dos Mistérios Sagrados: um Exu Sete Fronteiras. Ela se tornou uma "Cigana do Oriente". E seus pais estão reencarnados no Brasil, como "Pais de Santo" na Umbanda Sagrada.
Nessa história, não nos foi permitido revelar qualquer nome, ou algo que identificasse seus protagonistas. Os "escritos" escondidos foram encontrados por historiadores, dezesseis séculos depois, e estão guardados na Cúria Diocesana da Basílica de São Pedro, onde são considerados Manuscritos Sagrados da Antiga Religião. Eles, enfim, cumpriram a sua missão!

domingo, 2 de junho de 2013

Pombagira Cigana

Na Umbanda existem Entidades que despertam algumas dúvidas... E por conta disso, precisam trabalhar na Kimbanda. Como é o caso da Pombagira Cigana, por exemplo...
Uma Pombagira Cigana é uma Entidade que trabalha de maneira "cruzada". Isso quer dizer que ela trabalha em cruz: direita e esquerda; em cima e embaixo. Ou seja, da mesma forma que ela pode subir, ela também pode descer... E tanto pode atuar na Umbanda, quanto na Kimbanda (Quimbanda).
Entidades assim, podem agir tanto no Polo Positivo, quanto no Polo Negativo da Energia... Dessa forma, elas atuam como Entidades de Descarga (Descarrego), auxiliando os médiuns que necessitam desmanchar demandas ou aniquilar magias negras. Mas, também, podem atuar recarregando as energias mediúnicas.
As Pombagiras Ciganas podem trabalhar em todas as Casas e em todas as Nações, porque elas se adaptam a qualquer serviço. Sendo assim, uma Pombagira Cigana pode ser: Sete Saias, Sete Encruzilhadas, Sete Pembas, de Embaré, do Cabaré, do Cemitério, da Figueira, da Magia, etc... São muitas Falangeiras, trabalhando em muitas Falanges, atuando em todas as Linhas.
As Pombagiras Ciganas confundem os médiuns clarividentes devido a sua aparência peculiar, que tanto pode ser de uma Cigana, quanto de uma Pombagira. Pois, como elas já estiveram no Reino das Pombagiras e já conviveram com o Povo Cigano, podem misturar características de um e de outro.
Enfim, o trabalho de uma Pombagira Cigana é extenso, pois elas são sensitivas, magnetizadoras e protetoras. Por isso, o médium que é acompanhado por uma Pombagira Cigana sentirá essa influência em sua vida.

sábado, 1 de junho de 2013

Santo Antônio de Pádua


Hoje inicia-se o Responsório de Santo Antônio, rezando-se por 13 dias até o Dia de comemoração do Santo, conhecida como Trezena.
O Responso de Santo Antônio é uma oração muito utilizada para encontrar objetos perdidos ou pessoas desaparecidas. Mas, com o tempo, passou a ser utilizado também para "encontrar" casamento.
Em alguns lugares do Brasil, Santo Antônio sincretiza com Ogun e, em outros, com Exu. Isso ocorre por causa de cada Nação Africana, que regia os escravos da região, bem como, a influência da Cultura local sobre a situação escravagista.
De qualquer forma, Santo Antônio é um dos alicerces da Umbanda Sagrada e um dos Santos mais venerados da Igreja Católica... Santo Antônio de Pádua também é conhecido como Santo Antônio de Lisboa, devido ao seu local de nascimento (Lisboa) e de vivência (Pádua).
Santo Antônio viveu entre os séculos XII e XIII, entre Portugal e Itália. Além de ser teólogo, ele era um taumaturgo e um filósofo inteligentíssimo. Por isso, é tido como o "Doutor da Igreja".
A imagem do Santo costuma ser retratada com o Menino Jesus nos braços. Segundo contam, a história de Santo Antônio com o Menino Jesus surgiu, porque muitos quando o "expiavam" viam Maria lhe entregando o Menino Jesus...
Conta uma lenda antiga, que uma devota de Santo Antônio mergulhou o Santo de cabeça para baixo na água, tirou o Menino Jesus de seus braços, trancou o Santo dentro do armário e nada do Santo lhe arranjar um marido. Furiosa com o Santo, ela atirou-o pela janela. De repente alguém lhe bateu à porta e perguntou-lhe: "Por acaso esse Santo lhe pertence? Ele caiu de sua janela?" Era um jovem segurando a imagem do Bendito Santo Antônio. Bom, resultado: os dois se casaram!
Também existe um outro "causo", bem antigo, que narra a história de uma moça que se interessou por um rapaz já casado e com esposa grávida. Ela enterrou o Santo Antônio no cemitério e disse: "Se você não me trouxer o fulano em 3 dias, vai apodrecer embaixo dessa terra!" Resultado: o rapaz sofreu um acidente, faleceu e 3 dias depois estava sendo velado no mesmo cemitério daquela cidade.
Portanto, minha gente, já diz o ditado: "O Santo dá e o Santo tira!" Tem muita gente mexendo com aquilo que não conhece e brincando de aprendiz de feiticeiro. É melhor não mexermos, se não sabemos o que estamos fazendo. Precisamos ter esclarecimento e discernimento para saber como mexer com as "coisas de santo". Bom, isso foi apenas um alerta...
Agora, se a sua intenção é correta e se você tem certeza do seu pedido, vá em frente... Peça ao Santo, que ele lhe ajudará no que for preciso!
Para quem quiser rezar o Responsório, deve-se fazer o seguinte: acender uma vela cada dia (ou usar a mesma vela apagando-a ao final da oração e deixando-a queimar até o final no último dia); e durante 13 dias, no mesmo horário, rezar a seguinte oração:

RESPONSÓRIO DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

Se milagres desejais
Contra os males e o demônio
Recorrei a Santo Antônio
E não falhareis jamais

Pela sua interseção
foje a peste o erro a morte
Quem é fraco fica forte
mesmo o enfermo fica são

Rompem-se as mais vis prisões
recupera-se o perdido
Cede o mar embravecido
no maior dos furacões

Penas mil e humanos ais
se moderam, se retiram
Isto digam os que o viram,
os paduanos e outros mais

Rogai por nós Santo Antônio, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

*Fazer o pedido...

Em seguida, rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria oferecendo a Santo Antônio pela libertação de sua família e por você mesmo.

☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆  ☆

Na Umbanda Sagrada, Santo Antônio é sincretizado Com Exu. Nas Nações de Candomblé, Santo Antônio sincretiza com Ogun. Essa divergência ocorre devido a distribuição das Nações Africanas pelo Brasil.
As diferentes Etnias se propagaram em diferentes Regiões pelo Brasil e criaram cada qual o seu Culto e a sua Ritualística. Por conta disso, no começo da Prática Religiosa, os sincretismos não se equiparavam...
Atualmente, isso mudou, pois em toda a Umbanda como em outras Nações, existe uma sincronicidade perante os sincretismos. No entanto, ainda ocorre uma divergência ou outra, em alguns casos...

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Santa Joana D'Arc...

Uma Obá no Reino da Umbanda!


Comemora-se no dia 30 de maio o Dia de Santa Joana D'Arc. Ela é sincretizada com OBÁ, a primeira esposa de Xangô e irmã mais velha de Yansã. Na Umbanda, Obá não é cultuada diretamente... Mesmo assim, existem Caboclas que fazem referência a sua pessoa.
Em outras Nações, Obá é um Orixá que possui Culto próprio, recebe feitura e tem assentamento. Seus filhos são raros e possuem qualidades bem diversas, pois Obá foi guerreira e, ao mesmo tempo, foi uma esposa fiel e dedicada. O sincretismo com Joana d'Arc ocorre porque a Santa também era guerreira, fiel e dedicada.
Temos que lembrar que Joana d'Arc morreu virgem e foi queimada viva. Ela lutou em nome da liberdade de uma Nação! A jovem Joana d'Arc lutou bravamente por uma Guerra que não era sua... No entanto, moveu inúmeros homens ao seu comando.
Santa Joana D'Arc é Padroeira da França, o Reino pelo qual deu a sua vida. Ela também protege os cativos, os perseguidos, os combalidos e os militares. Joana d'Arc viveu entre os anos de 1412 a 1431... Morreu, portanto, aos dezenove anos!
Uma curiosidade sobre Joana d'Arc é que desde os treze anos ela tinha visões, que lhe diziam o que ela devia fazer para cumprir a sua missão. Em suas visões ela conversava com São Miguel Arcanjo, Santa Margarida e Santa Catarina.
Assim como Joana d'Arc, Obá dedicou-se fielmente ao seu propósito... As duas eram exímias guerreiras e possuíam a mesma qualidade em comum: a dedicação. Por isso, o sincretismo entre as duas se efetivou...

Ficheiro:Albert Lynch - Jeanne d'Arc.jpg – Wikipédia, a ...

O Corpo de Cristo.


A data de Corpus Christi é uma data comemorativa da Igreja Católica. Porém, como Zélio de Morais (Moraes) era católico, ao ser incumbido de propagar a Umbanda, ele manteve a crença nos Santos e as datas festivas do calendário litúrgico.
O significado do termo "Corpus Christi" remete a divisão dos pães e do vinho na Santa Ceia. Esse gesto perpetuou-se nas liturgias e cerimônias do Cristianismo, na Oração do Pai Nosso: "O pão nosso de cada dia nos dai hoje..."
A Umbanda refere-se ao Corpo de Cristo na própria imagem de Oxalá sobre o altar. Ela representa o acolhimento que Ele dá a todos os seus filhos indistintamente, por isso seus braços estão abertos.
Oxalá é a manifestação do amor puro de Jesus direcionado aos corações de todos aqueles que dividem o pão da misericórdia e da caridade nos trabalhos de todos os dias.
A Festa de Corpus Christi costuma ocorrer exatamente sessenta dias após o Domingo de Páscoa. Na quinta-feira seguinte ao Domingo em que se celebra o Dia da Santíssima Trindade. O Domingo da Santíssima Trindade é celebrado após o Domingo de Pentecostes.
A Santíssima Trindade, na Umbanda Sagrada, sincretiza com Orunmilá. No altar da Umbanda, a imagem do Espírito Santo aparece representando Ifá. No Candomblé, Ifá e Orunmilá são duas Entidades distintas. Ifá é o oráculo, enquanto Orunmilá é o Orixá. Entretanto, Ifá-Orunmilá costuma ser designado como um Ser único.
Na Umbanda Sagrada tradicional, as imagens de Ifá e Oxalá sempre estão presentes no altar e nos trabalhos de Gira. Ifá é manifestação dos dons do Espírito Santo (pentecostes). Oxalá é a benção do Pai de todos os Pais (Zambi, Olorun). Por isso, ele é chamado de Pai "Maior".

sábado, 25 de maio de 2013

A história da Cabocla Jacy e do Caboclo Tupiniquim.

Ela foi retirada de sua família ainda criança; sequestrada por piratas que atracaram no arpoadouro de sua Terra Natal. Eles encantaram-se com a beleza da menina de longos cabelos negros e olhos cintilantes. Sua família nunca mais a viu ou ouviu falar dela
Na época, início do século XVII, ela tinha 15 anos e estava vendendo os frutos produzidos na propriedade de seus pais, junto ao cais do Porto de Marselha. Foi a última vez que viu a França e foi a última vez que soube o que é pureza... Não se jogou ao mar, pois era muito devota de Nossa Senhora, em todas as suas formas e aparições e acreditava em milagres.
Todas as noites rezava por alguma coisa que pudesse salvá-la desse destino. Ela era escrava sexual dos piratas, cozinheira, faxineira e realizava outras atividades que lhe eram impostas. Desde o dia em que foi retirada de sua terra, nunca mais falou ou sorriu ou derramou uma lágrima sequer. Apenas rezou todos os dias, pedindo a Deus clemência e misericórdia para seus dias cheios de dor e angústia.
Quando faziam dois anos que estava a bordo do navio e já haviam viajado meio mundo; alguns piratas passaram a tratá-la com respeito e carinho e nunca mais a tocaram. Isso apaziguou seu coração.
Então, um dia, eles aportaram em uma terra nova, diferente, cheia de pessoas mestiças, de pele escura, tatuadas, pintadas ou enfeitadas com penas de aves. Disseram a ela que essa terra era a América...
Ela se encantou com o lugar, com a natureza, com as pessoas, enfim, com tudo... Era diferente, colorido, fresco e, pela primeira vez, ela sorriu. Foi quando viu no meio das folhagens alguém a observando: era Tupiniquim, filho do Chefe Guaracy, dos Kaingangs.
Ele sentiu em seu peito que Chefe Tupã o chamava para aquela moça e que ela era sua prometida. Observou durante o dia todo o movimento do navio e entendeu que ela era uma prisioneira, pois viu seus pés acorrentados. Sentiu seu coração triste e uma dor aguda congelou sua alma. Ele tinha que salvá-la!
Durante a noite, reuniu-se com seu pai, o Cacique da Tribo e narrou os fatos. Chefe Guaracy falou que índio não interferia em negociação de homem branco, ainda mais "aqueles homens" da bandeira negra do navio (piratas).
Tupiniquim, não se amedrontou, reuniu seus amigos guerreiros e espreitou por mais um dia. Percebeu que, em determinados horários, ela ficava sozinha próximo a uma fogueira, preparando alimentos. Ele aproveitou essa distração dos piratas e avançou com seus amigos sobre a moça, agarrando-a e colocando-a sobre seus ombros.
Saíram em disparada para as matas e levaram ela para a Oca da Mulheres, na Tribo Central. Os piratas nem viram o que aconteceu, pensaram que algum bicho selvagem pegou a moça. Tupiniquim explicou às índias que aquela moça era prisioneira do homem branco, mas não era como eles e pediu que a tratassem e a cuidassem.
Pela primeira vez, depois de tantos meses, ela sentiu que alguém a olhava como uma mulher e como uma igual. Deixou que a banhassem, que a trocassem e que a limpassem. Curaram suas feridas, lhe medicaram, lhe alimentaram, lhe acarinharam.
Ela nunca havia chorado desde que saiu da França mas, naquele dia, todas as lágrimas saíram de seus olhos e ela chorou muito... Chorou de tristeza, de desespero, de medo, de raiva, de incompreensão e de insegurança. Apenas chorou, nada disse, mas as índias entenderam, pois desde que o homem branco havia chegado àquelas terras, elas já tinham ouvido falar de muitas histórias sobre sua selvageria. E ainda diziam que os índios eram os selvagens!
Ela esqueceu seu nome para sempre (Nádja) e aprendeu uma nova língua: o tupi-guarani. Chamaram-lhe de Jacy, por causa de seus cabelos longos e negros. Começou a ajudar as índias em seus afazeres e logo tornou-se uma delas. Estava feliz. Era livre... Pensou em seus pais e rezou a Deus por eles.
De vez em quando, Tupiniquim lhe trazia uma flor, uma fruta ou uma pena de ave colorida e aos poucos eles foram se aproximando. Chefe Guaracy disse a Tupiniquim que ele deveria casar com uma índia e não com moça de outra raça, mas ele disse ao pai que seu coração já pertencia a ela, desde o dia em que a viu.
Quando fazia um ano que ela estava entre os índios, Tupiniquim lhe pediu em casamento. Ela teve medo, não era mais moça e sofreu muitos maus-tratos. Tupiniquim disse que não se importava e entendia tudo, ela não precisava falar nada. Ela aceitou.
Chefe Guaracy celebrou a união junto com toda a Tribo e o Pajé Sagui. Foi uma festa! Todos os índios já gostavam de Jacy, pois ela uma moça boa e meiga. Eles só não entendiam porque ela olhava tantas vezes para o Céu e ajoelhava-se...
Então, um dia, ela disse porque fazia isso: estava rezando para o seu Deus e Nossa Senhora. Explicou para os índios quem eles eram... Os índios falaram de Tupã, que era Deus, de M'Boi que era o filho dele e de Jacy, sua esposa... Falaram pra ela que ela parecia com Jacy e por isso recebeu esse nome. Então Nádja, entendeu que Nossa Senhora sempre cuidou dela, mesmo em outra nação, com outro idioma e com outra crença. E ela sentiu-se protegida e agradecida.
Jacy e Tupiniquim tiveram 8 filhos: quatro meninos e quatro meninas. Criaram todos livre e iguais. Com o tempo eles embrenharam-se mais nas matas para fugir do homem branco e das invasões. Jacy já era uma nativa indígena e esqueceu seu sangue europeu.
Foi feliz nessa terra. Ela e Tupiniquim morreram abraçados na mesma rede, na Oca em que construíram. Já tinham dezesseis netos e dois bisnetos. Os índios diziam que eles eram almas prometidas e que os deuses os uniram no mesmo local.
Quando despertaram do outro lado, Tupiniquim tornou-se um Chefe Guerreiro que ajudou os falangeiros espirituais na luta contra a opressão e a escravização. Jacy (Nádja) foi convidada a trabalhar como falangeira socorrista de Maria Madalena, em nome de Nossa Senhora. Os dois atuariam em campos diferentes, mas poderiam sempre se ver e se auxiliar.
Assim, temos Tupiniquim: um Caboclo Chefe de Direita, atuando na Linha de Oxóssi e Nádja, uma Pombagira da Linha das Águas, mas que pode, ocasionalmente, atuar na direita como Cabocla Jacy. Ela é uma Entidade de dupla ação e dupla energia e que pode trabalhar "cruzada", como falam nas Giras de Umbanda.

Caboclo e Cabocla