O maior representante de todos os Malandros é, com certeza, o Senhor Zé Pelintra. Um Pernambucano que gostava de atuar em favor dos menos favorecidos e, por isso, ficou conhecido como "Advogado dos Pobres".
Assim como Zé Pelintra, a maioria dos Malandros e das Malandras passam uma imagem de quem vive na Boemia, ou de quem leva a vida numa boa: jogando, bebendo, curtindo e se divertindo.
Esses Espíritos pertencem a uma categoria à parte, porque a principal diferença entre eles e os demais Espíritos está, principalmente, na convivência... Eles são Entidades que gostam de conviver bem, na "malandragem", no bom humor, na parceria e na parcimônia.
A expressão "malandragem" começou a ser utilizada pejorativamente há quase um século, quando os indivíduos alforriados comemoravam sua liberdade dançando nas ruas. A expressão surgiu com a intenção de ilustrar o cenário de uma época... Onde o pobre no Brasil tinha que "se virar" para sobreviver, fazendo "malandrices".
Os Malandros e as Malandras representam todas as pessoas que trabalham à noite, no movimento das Ruas, nos Bares, nos Cabarés, nas Casas de Shows, nos Clubes, nos Cassinos, nas Boates, nas Esquinas, e em tantos outros lugares.
Eles também estão presentes junto à todo sobrevivente de "bico", de feira, de quitanda, de arte, de mascate, entre tantas outras ocupações! Por tudo isso, os Malandros formam um Povo à parte...
Assim como o Povo Cigano, o Povo da Malandragem, ou simplesmente "Malandros", pode atuar em mais de uma Linha ou em diferentes Falanges. Em geral, eles pertencem ao Catimbó, à Encantaria e à Kimbanda.
Na Umbanda, devido à sua disposição, os Malandros e as Malandras podem trabalhar junto ao Povo Baiano na Direita... Mas, existem Entidades que também aceitam trabalhar na Esquerda, junto aos Exus e às Pombagiras.
Alguns Terreiros podem possuir o trabalho específico com os Malandros, já que existem Casas comandadas por Entidades do Catimbó ou outra Nação.
Para finalizar, vamos esclarecer que alguns Malandros se parecem com Exus, assim como, algumas Malandras se parecem com as Pombagiras; dessa forma, existe uma certa confusão entre as Entidades.
Por exemplo, Zé Pretinho veste-se todo de preto e é um Malandro. Maria do Cabaré parece Pombagira, mas é uma Malandra. A cor da roupa não determina a evolução da Entidade, ela apenas define o seu padrão vibratório.
*Esclarecemos que, nunca publicamos a história do Senhor Zé Pelintra, pois já existe um livro com a sua história: "Zé Pelintra: Sêo Dotô, Sêo Dotô! Bravo Sinhô!" - de Mizael Vaz.