quinta-feira, 30 de maio de 2013

Santa Joana D'Arc...

Uma Obá no Reino da Umbanda!


Comemora-se no dia 30 de maio o Dia de Santa Joana D'Arc. Ela é sincretizada com OBÁ, a primeira esposa de Xangô e irmã mais velha de Yansã. Na Umbanda, Obá não é cultuada diretamente... Mesmo assim, existem Caboclas que fazem referência a sua pessoa.
Em outras Nações, Obá é um Orixá que possui Culto próprio, recebe feitura e tem assentamento. Seus filhos são raros e possuem qualidades bem diversas, pois Obá foi guerreira e, ao mesmo tempo, foi uma esposa fiel e dedicada. O sincretismo com Joana d'Arc ocorre porque a Santa também era guerreira, fiel e dedicada.
Temos que lembrar que Joana d'Arc morreu virgem e foi queimada viva. Ela lutou em nome da liberdade de uma Nação! A jovem Joana d'Arc lutou bravamente por uma Guerra que não era sua... No entanto, moveu inúmeros homens ao seu comando.
Santa Joana D'Arc é Padroeira da França, o Reino pelo qual deu a sua vida. Ela também protege os cativos, os perseguidos, os combalidos e os militares. Joana d'Arc viveu entre os anos de 1412 a 1431... Morreu, portanto, aos dezenove anos!
Uma curiosidade sobre Joana d'Arc é que desde os treze anos ela tinha visões, que lhe diziam o que ela devia fazer para cumprir a sua missão. Em suas visões ela conversava com São Miguel Arcanjo, Santa Margarida e Santa Catarina.
Assim como Joana d'Arc, Obá dedicou-se fielmente ao seu propósito... As duas eram exímias guerreiras e possuíam a mesma qualidade em comum: a dedicação. Por isso, o sincretismo entre as duas se efetivou...

Ficheiro:Albert Lynch - Jeanne d'Arc.jpg – Wikipédia, a ...

O Corpo de Cristo.


A data de Corpus Christi é uma data comemorativa da Igreja Católica. Porém, como Zélio de Morais (Moraes) era católico, ao ser incumbido de propagar a Umbanda, ele manteve a crença nos Santos e as datas festivas do calendário litúrgico.
O significado do termo "Corpus Christi" remete a divisão dos pães e do vinho na Santa Ceia. Esse gesto perpetuou-se nas liturgias e cerimônias do Cristianismo, na Oração do Pai Nosso: "O pão nosso de cada dia nos dai hoje..."
A Umbanda refere-se ao Corpo de Cristo na própria imagem de Oxalá sobre o altar. Ela representa o acolhimento que Ele dá a todos os seus filhos indistintamente, por isso seus braços estão abertos.
Oxalá é a manifestação do amor puro de Jesus direcionado aos corações de todos aqueles que dividem o pão da misericórdia e da caridade nos trabalhos de todos os dias.
A Festa de Corpus Christi costuma ocorrer exatamente sessenta dias após o Domingo de Páscoa. Na quinta-feira seguinte ao Domingo em que se celebra o Dia da Santíssima Trindade. O Domingo da Santíssima Trindade é celebrado após o Domingo de Pentecostes.
A Santíssima Trindade, na Umbanda Sagrada, sincretiza com Orunmilá. No altar da Umbanda, a imagem do Espírito Santo aparece representando Ifá. No Candomblé, Ifá e Orunmilá são duas Entidades distintas. Ifá é o oráculo, enquanto Orunmilá é o Orixá. Entretanto, Ifá-Orunmilá costuma ser designado como um Ser único.
Na Umbanda Sagrada tradicional, as imagens de Ifá e Oxalá sempre estão presentes no altar e nos trabalhos de Gira. Ifá é manifestação dos dons do Espírito Santo (pentecostes). Oxalá é a benção do Pai de todos os Pais (Zambi, Olorun). Por isso, ele é chamado de Pai "Maior".

sábado, 25 de maio de 2013

A história da Cabocla Jacy e do Caboclo Tupiniquim.

Ela foi retirada de sua família ainda criança; sequestrada por piratas que atracaram no arpoadouro de sua Terra Natal. Eles encantaram-se com a beleza da menina de longos cabelos negros e olhos cintilantes. Sua família nunca mais a viu ou ouviu falar dela
Na época, início do século XVII, ela tinha 15 anos e estava vendendo os frutos produzidos na propriedade de seus pais, junto ao cais do Porto de Marselha. Foi a última vez que viu a França e foi a última vez que soube o que é pureza... Não se jogou ao mar, pois era muito devota de Nossa Senhora, em todas as suas formas e aparições e acreditava em milagres.
Todas as noites rezava por alguma coisa que pudesse salvá-la desse destino. Ela era escrava sexual dos piratas, cozinheira, faxineira e realizava outras atividades que lhe eram impostas. Desde o dia em que foi retirada de sua terra, nunca mais falou ou sorriu ou derramou uma lágrima sequer. Apenas rezou todos os dias, pedindo a Deus clemência e misericórdia para seus dias cheios de dor e angústia.
Quando faziam dois anos que estava a bordo do navio e já haviam viajado meio mundo; alguns piratas passaram a tratá-la com respeito e carinho e nunca mais a tocaram. Isso apaziguou seu coração.
Então, um dia, eles aportaram em uma terra nova, diferente, cheia de pessoas mestiças, de pele escura, tatuadas, pintadas ou enfeitadas com penas de aves. Disseram a ela que essa terra era a América...
Ela se encantou com o lugar, com a natureza, com as pessoas, enfim, com tudo... Era diferente, colorido, fresco e, pela primeira vez, ela sorriu. Foi quando viu no meio das folhagens alguém a observando: era Tupiniquim, filho do Chefe Guaracy, dos Kaingangs.
Ele sentiu em seu peito que Chefe Tupã o chamava para aquela moça e que ela era sua prometida. Observou durante o dia todo o movimento do navio e entendeu que ela era uma prisioneira, pois viu seus pés acorrentados. Sentiu seu coração triste e uma dor aguda congelou sua alma. Ele tinha que salvá-la!
Durante a noite, reuniu-se com seu pai, o Cacique da Tribo e narrou os fatos. Chefe Guaracy falou que índio não interferia em negociação de homem branco, ainda mais "aqueles homens" da bandeira negra do navio (piratas).
Tupiniquim, não se amedrontou, reuniu seus amigos guerreiros e espreitou por mais um dia. Percebeu que, em determinados horários, ela ficava sozinha próximo a uma fogueira, preparando alimentos. Ele aproveitou essa distração dos piratas e avançou com seus amigos sobre a moça, agarrando-a e colocando-a sobre seus ombros.
Saíram em disparada para as matas e levaram ela para a Oca da Mulheres, na Tribo Central. Os piratas nem viram o que aconteceu, pensaram que algum bicho selvagem pegou a moça. Tupiniquim explicou às índias que aquela moça era prisioneira do homem branco, mas não era como eles e pediu que a tratassem e a cuidassem.
Pela primeira vez, depois de tantos meses, ela sentiu que alguém a olhava como uma mulher e como uma igual. Deixou que a banhassem, que a trocassem e que a limpassem. Curaram suas feridas, lhe medicaram, lhe alimentaram, lhe acarinharam.
Ela nunca havia chorado desde que saiu da França mas, naquele dia, todas as lágrimas saíram de seus olhos e ela chorou muito... Chorou de tristeza, de desespero, de medo, de raiva, de incompreensão e de insegurança. Apenas chorou, nada disse, mas as índias entenderam, pois desde que o homem branco havia chegado àquelas terras, elas já tinham ouvido falar de muitas histórias sobre sua selvageria. E ainda diziam que os índios eram os selvagens!
Ela esqueceu seu nome para sempre (Nádja) e aprendeu uma nova língua: o tupi-guarani. Chamaram-lhe de Jacy, por causa de seus cabelos longos e negros. Começou a ajudar as índias em seus afazeres e logo tornou-se uma delas. Estava feliz. Era livre... Pensou em seus pais e rezou a Deus por eles.
De vez em quando, Tupiniquim lhe trazia uma flor, uma fruta ou uma pena de ave colorida e aos poucos eles foram se aproximando. Chefe Guaracy disse a Tupiniquim que ele deveria casar com uma índia e não com moça de outra raça, mas ele disse ao pai que seu coração já pertencia a ela, desde o dia em que a viu.
Quando fazia um ano que ela estava entre os índios, Tupiniquim lhe pediu em casamento. Ela teve medo, não era mais moça e sofreu muitos maus-tratos. Tupiniquim disse que não se importava e entendia tudo, ela não precisava falar nada. Ela aceitou.
Chefe Guaracy celebrou a união junto com toda a Tribo e o Pajé Sagui. Foi uma festa! Todos os índios já gostavam de Jacy, pois ela uma moça boa e meiga. Eles só não entendiam porque ela olhava tantas vezes para o Céu e ajoelhava-se...
Então, um dia, ela disse porque fazia isso: estava rezando para o seu Deus e Nossa Senhora. Explicou para os índios quem eles eram... Os índios falaram de Tupã, que era Deus, de M'Boi que era o filho dele e de Jacy, sua esposa... Falaram pra ela que ela parecia com Jacy e por isso recebeu esse nome. Então Nádja, entendeu que Nossa Senhora sempre cuidou dela, mesmo em outra nação, com outro idioma e com outra crença. E ela sentiu-se protegida e agradecida.
Jacy e Tupiniquim tiveram 8 filhos: quatro meninos e quatro meninas. Criaram todos livre e iguais. Com o tempo eles embrenharam-se mais nas matas para fugir do homem branco e das invasões. Jacy já era uma nativa indígena e esqueceu seu sangue europeu.
Foi feliz nessa terra. Ela e Tupiniquim morreram abraçados na mesma rede, na Oca em que construíram. Já tinham dezesseis netos e dois bisnetos. Os índios diziam que eles eram almas prometidas e que os deuses os uniram no mesmo local.
Quando despertaram do outro lado, Tupiniquim tornou-se um Chefe Guerreiro que ajudou os falangeiros espirituais na luta contra a opressão e a escravização. Jacy (Nádja) foi convidada a trabalhar como falangeira socorrista de Maria Madalena, em nome de Nossa Senhora. Os dois atuariam em campos diferentes, mas poderiam sempre se ver e se auxiliar.
Assim, temos Tupiniquim: um Caboclo Chefe de Direita, atuando na Linha de Oxóssi e Nádja, uma Pombagira da Linha das Águas, mas que pode, ocasionalmente, atuar na direita como Cabocla Jacy. Ela é uma Entidade de dupla ação e dupla energia e que pode trabalhar "cruzada", como falam nas Giras de Umbanda.

Caboclo e Cabocla

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Caboclo Sete Folhas da Jurema

Esse índio nasceu no meio da Mata Atlântica, antes da chegada dos Portugueses e dos Espanhóis ao Sul do Brasil. Ele viveu na Tribo dos Paí Tavyterã, no século XV. A Tribo dos Paí Tavyterã localizava-se no meio da Mata Atlântica, onde havia uma enorme quantidade de plantas e de animais. Também haviam muitos índios de diversas etnias, com sua lendas e seus costumes.
Desde muito cedo, aprendeu sobre o poder curativo das Plantas Medicinais e a Arte da Cura dos Antepassados. Ele nasceu, cresceu e foi criado assim: para conhecer todas as plantas e todos os bichos das matas. Ele sabia lidar com todos os venenos e sabia curar todas as maldições que se abatessem sobre qualquer índio da aldeia, do mais novo ao mais velho. Ele recebeu de seus ancestrais esse dom e a Mãe Natureza lhe abençoou com a sabedoria necessária ao seu desenvolvimento.
Toda vez que entrava na Floresta, ele saudava Tupã, o Pai Maior, depois pedia permissão aos Espíritos da Floresta para mexer com as plantas. Ele sabia a fase de cada Lua e quando deveria colher cada erva. Ele jamais feria um animal desnecessariamente. Por isso, ele tinha a proteção do Povo das Matas para se locomover e colher suas ervas no meio da floresta. Se alguém em sua Tribo necessitava de auxílio, ele prontamente lhe servia, com toda a humildade.
Foi assim, que desde cedo recebeu o título de "Curandeiro" e passou a ser chamado de "Sete Folhas" pois, toda vez que precisava preparar uma poção ele dizia: pegue 7 ramos daquela erva, 7 galhos daquela outra, 7 folhas daquela ali e assim prosseguia, sempre usando o número 7. E quando lhe perguntavam porque o "sete", ele respondia: "Porque Tupã fez o 7 sagrado!"
E assim viveu o Caboclo-Pajé Sete Folhas: curando, benzendo, cuidando e ensinando. Ele foi um Mestre Curandeiro que jamais cansou de fazer o bem e de ajudar... Por isso, dizem que ele não morreu, mas "encantou".
Um dia, antes de partir, ele reuniu todos os filhos da Tribo e anunciou a chegada dos homens de pele branca, vestidos com roupas diferentes e falando outras línguas. Falou que seu tempo na Terra dos Homens estava acabando e que Tupã o chamava... Então, ele entrou na Mata e desapareceu!
Ao anoitecer os índios ouviram o pio de uma coruja e, depois, viram um clarão no meio das matas... E todos souberam que "Sete Folhas" tinha partido para sempre.
Quando alguém estava mexendo com plantas na Aldeia, um vento soprava e levantava as folhas... Então, alguém dizia: "É ele: é o Pajé das Folhas - porque todas as folhas lhe pertencem!"
Após a chegada do homem branco, a paisagem foi transformada, muitos índios foram mortos e diversas tribos foram destruídas. O que "Sete Folhas" falou para o seu povo, aconteceu... E tudo se modificou para sempre! Das muitas histórias que os índios contavam, restaram apenas algumas lendas...
A lenda do "Espírito da Floresta" sobrevive até hoje. Alguns o chamam de Pajé das Folhas. Outros o chamam de Curandeiro das Matas. Mas, os índios mais antigos o chamam de Hekurawethari (o Dono dos Espíritos, na língua tupi-guarani).
Durante muitos anos, Hekurawethari foi apenas um "Encantado da Floresta" e observou com tristeza a morte de tantos bichos e de tanta gente. Porém, um dia o chamaram para trabalhar um trabalho diferente, em uma terra distante chamada Jurema...
Ele seria um "Espírito Guia" em uma Religião nova e seria conhecido como Caboclo Sete Folhas da Jurema. Ele aceitou e assim começou uma nova trajetória!

terça-feira, 14 de maio de 2013

"Pombagira Maria Padilha das Trevas"

Dona absoluta da noite e da madrugada!

Ela nasceu numa época em que a Terra era dominada por guerras e disputas, na região de Mansur, um antigo vilarejo da Galícia e que já não existe mais... Servínia era uma simples camponesa da religião pagã, que servia ao deus Cernunos e a deusa Brigithe.
Era o começo do século I e ela conheceu um homem forte e alto que era chamado de Thiago, o Grande, por seus companheiros. Ele falava de um Homem que passou pela Terra e foi crucificado em uma cruz por um crime que não cometeu. Falou dos milagres que esse Homem fazia e disse que Ele podia modificar a vida das pessoas.
Servínia ficava observando aqueles homens diferentes. Todos os dias, esses homens reuniam as pessoas do vilarejo e contavam histórias maravilhosas desse Homem que fazia milagres. Servínia, estava com quatorze anos e começou a sentir vontade de conhecer pessoalmente esse Homem, chamado Jesus. Seus deuses estavam longe e os homens de sua terra eram cada vez mais cruéis. Como seus pais estavam em idade avançada, ela temia por si e pelos seus irmãos.
Um dia, esse tal de Thiago, partiu juntamente com seus discípulos e nunca mais voltou. Sua terra foi invadida por mouros, foi saqueada e muitos foram mortos. Aqueles que não morreram, foram escravizados ou vendidos. Ela foi levada como escrava para o harém particular de um famoso Sheik; pois era uma moça de uma beleza única. Servínia tornou-se escrava sexual e sua vida passou a ser a mesma todos os dias.
Ela comparava sua vida com as folhas de uma árvore em época de outono. Muitas vezes, desanimou... E, muitas vezes, relembrou de Cernunos e Brigithe, seus deuses pagãos. Mas, também relembrou das histórias de um homem chamado Thiago, que falava de Jesus e de sua mãe Maria... Tudo isso aquietava seu coração e acalmava seu desejo de suicídio. Ela lembrava que nas histórias de Thiago, ele sempre repetia que a vida era sagrada para Deus.
Quando faziam dez anos que Servínia estava sob o domínio dos mouros, eles foram atacados pelos visigodos e todos pereceram a golpe de espada, inclusive ela. Em seu último suspiro, Servínia clamou por Cernunos, por Brigithe, por Jesus e por Maria, pedindo que tivessem piedade de sua alma. Seu espírito entrou em uma esfera de luz branca e foi recolhido em um local para tratamento.
Um longo tempo depois ela reencarnou na região da Península Ibérica, no país de Gales, como filha dos Duques de uma das regiões. Seu nome era Rosácea e sua vida era cheia de privilégios. Seus pais eram muito Cristãos, pois nessa época o Cristianismo já dominava a Europa e era aceito por muitos.
Corria pela Europa a história de um monge chamado Pelayo, que descobriu os restos mortais do apóstolo Thiago, o Maior... E para confirmar o achado, ele havia avistado um Campus Stellae (Campos de Estrela). Mais tarde chamado de "Compostela". Assim, iniciou-se a trajetória do Caminho de São Thiago de Compostela.
Rosácea ao ouvir essas histórias sentia-se atraída, sem saber explicar o porquê... Quando falavam dos pagãos, dos druídas e das bruxas, ela também se sentia afeiçoada a eles, mas guardava tudo isso consigo. Rosácea morreu cedo nessa vida, pois adquiriu tuberculose e ninguém conseguiu curá-la.
Tempos depois ela reencarnou novamente, dessa vez na Turquia, entre os Islamitas, como filha de um Sheik muçulmano. Era a época das Cruzadas e seu coração não entendia o sentido dessa Guerra. Ela queria muito entender porque os homens guerreavam entre si.
Seu nome de batismo no Islão era Medina. Um dia quando foi ao poço da região dos acampados para colher água, ela foi surpreendida por um soldado ferido cristão. Num primeiro momento assustou-se mas, depois, deu-lhe água e carregou-o para uma caverna nas proximidades. Deixou-o lá descansando.
Então, todos os dias, visitava-o, leva-lhe água, alimentos e unguento para passar nos ferimentos. Com o tempo, os dois apaixonaram-se e começaram a entender-se. Felipe, esse era o nome do soldado, convidou Medina para fugirem juntos para outras regiões, longe de toda essa guerra e disputa.
Ela preparou tudo e combinaram o dia da fuga, mas o pai de Medina os surpreendeu e mandou que seus soldados prendessem e matassem Felipe. Medina, como castigo pela sua traição, foi vendida para um Fakir da Arábia Saudita, onde se tornou odalisca de seu harém. Medina, dessa vez não aguentou o golpe e suicidou-se com veneno de cicuta.
Seu espírito vagou por muitos anos pelo Umbral e ela despertou em um Reino desconhecido, chamado Aruanda. Estava maltratada, sofrida e desacreditada. Quem lhe atendeu foi um senhor negro que lhe disse apenas: sou um "preto-velho"...
Ela foi cuidada, acarinhada e aos poucos recuperou-se. Ela assistiu toda a sua história de vida e descobriu porque passou por tantas provações. "Ela já havia sido homem no Antigo Egito e ocupado cargos de Ministro e Faraó em muitas vidas. Ele (ela) sempre abusava do poder e usava favores sexuais de suas escravas, que eram tiradas de suas famílias e trazidas de terras distantes. Como Faraó era vingativo e cruel com seus comandados e sempre castigava quem não lhe obedecia."
Quando ela terminou de observar tudo, entendeu o que aconteceu, mas havia o crime de ter tirado a própria vida. Então, o preto-velho lhe falou: " Nós, aqui da Colônia Aruanda, temos uma proposta a lhe fazer, desde que você aceite, não precisará reencarnar, mas terá que trabalhar muito! Seu trabalho será resgatar todas as pessoas, que assim como você, caíram em desgraça, por ódio, por sexualidade desequilibrada, por ganância, ou por qualquer outro vício terreno.
Você também trabalhará numa nova religião que surgirá numa terra que se chama Brasil: a Umbanda. Caso você aceite, será preparada para esse trabalho imediatamente e passará a atuar na faixa vibratória negativa inferior: o Umbral - acolhendo, encaminhando, instruindo e orientando. Mas, essa tarefa, você realizará como espírito feminino, pois seu lado masculino está apagado há muito tempo..."
Ela consentiu com a cabeça e foi encaminhada para a sala de aula. Após o estudo, o preto-velho lhe tocou a fronte e ela transfigurou-se em uma mulher de rara beleza e ele disse: "Seu nome será Pombagira Maria Padilha das Trevas Absolutas. "Pombagira" porque em Yorubá significa ser da dualidade; "Maria" por causa de nossa Protetora Maior; "Padilha" devido a espadilha (pequena espada das guerreiras); "das Trevas" para relembrar toda a obscuridade de nossa alma até alcançar a luz; e "Absolutas" porque você conhece muito do mundo e jamais deve esquecer que há um Ser Maior e Absoluto Acima de Nós. Agora vá e cumpra sua missão com dignidade!"
Assim, a Pombagira Maria Padilha das Trevas Absolutas iniciou seu trabalho de resgate e de redenção. Ela, agora, conhecia sua história e sabia como ajudar a quem precisasse...

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domingo, 5 de maio de 2013

Tipos de Médiuns...

PALAVRAS DO CABOCLO COBRA CORAL

"O bom médium é um bom mediador... E se o médium não sabe mediar uma situação, quer dizer que ele não abraçou a causa de sua Casa, ou seja, ele não pertence àquela Casa.
Por isso eu afirmo que, soberba e orgulho são palavras que jamais devem fazer parte do vocabulário de um bom médium. Afinal, médium em equilíbrio é médium feliz, pois sente-se bem por cumprir sua missão de vida.
O bom médium comparece aos trabalhos com dedicação e eficiência; alegra-se por ajudar e compreende quando lhe corrigem. Ele sabe que somente assim poderá melhorar e ser realmente um bom servidor de Oxalá.
Em todas as Casas existem diversos tipos de médiuns: o médium servidor, o médium observador, o médium conservador, o médium conversador, o médium perguntador, o médium bajulador, o médium ator, o médium perturbador, o médium com dor e o médium sem dor, entre tantos outros tipos de médiuns.
Existem também os médiuns das palavras bonitas, que na hora do passe ou fora dele estão sempre pregando algo no estilo evangelista... Mas, na prática, não se integram na Casa ou nos afazeres da Associação. 
Infelizmente, dentro do trabalho de uma Casa são sempre os mesmos médiuns que se dispõe a colaborar: ajudando e doando material; limpando e organizando; abrindo e fechando a Casa; etc... Enquanto alguns cruzam os braços e já acham que fazem muito por comparecer aos trabalhos!
Agora, vou falar de outra categoria de médium: aquele que não pode ver uma melhoria no altar ou na Casa que já sai criando conversas fora da casa... Bom gente, é obrigação de toda Casa melhorar seu altar, suas instalações e seus equipamentos, para atender bem a todos. Por isso, toda doação que entra deve ser direcionada para a casa e para os atendimentos... 
Se o Dirigente cuida bem de sua Casa e, por isso, mantém ela funcionando e em ordem, é sinal de que ele usou adequadamente os recursos angariados. Agora, eu pergunto: o Dirigente deve esconder de todos os médiuns os presentes que ganha para o altar e as melhorias que sua Casa recebe; para não gerar falatório e discórdia?
Quer dizer, vamos ter ciúmes porque nossa Casa melhorou e porque o Dirigente realmente aplicou o dinheiro no altar e nos atendimentos? O que vocês queriam: que ele gastasse o dinheiro em lojas e bares? Se o médium não se alegra com o crescimento de sua Casa, então, alguma coisa está errada!
Por isso, devo dizer que:
- médiuns que não colaboram com seus Pais de Santo quando surgem dificuldades no Templo;
- médiuns que não se alegram com seus Pais de Santo, quando as coisas melhoram;
- médiuns que não sabem dividir as tarefas com os outros médiuns...
Me perdoem, mas esses médiuns não são médiuns, pois desconhecem o verdadeiro significado dessa palavra. Por isso, nem devem ser chamados de médiuns... Porque eles são "maus" médiuns!
O bom médium é como um presente valioso para a Casa! A sua presença alegra a Corrente Mediúnica porque garante um bom trabalho. E isso faz o Dirigente feliz...
Finalizo com um recado à todos os médiuns: A consciência tranquila de um trabalho bem realizado é o melhor caminho para a evolução!
Que Nosso Mestre Oxalá abençoe a todos vocês..." (Caboclo Cobra Coral)

*Observação: Transcrevemos tal e qual nos determinou o Caboclo Cobra Coral.

Caboclo Cobra Coral

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Trabalho Mediúnico.

PALAVRAS DO CABOCLO COBRA CORAL

"Preciso alertar aos médiuns que: A primeira caridade de uma Corrente Mediúnica começa dentro de sua própria Casa e com os Dirigentes da Casa, para depois poderem realizar a caridade externamente...
Por isso, quando uma Casa de Oração está passando por dificuldades e seus filhos não se unem para manter essa Casa funcionando, mesmo percebendo um pedido de socorro por parte de seu Dirigente Espiritual, então, é porque a verdadeira caridade não se instalou no coração dos médiuns dessa Casa.
Existem muitos Pais de Santo ou Mães de Santo que ganham seus Terreiros ou Roças prontos e não precisam lutar para conseguir um pedaço de chão, seja para trabalhar ou para cumprir a sua missão... Enquanto, outros, precisam alugar um espaço, para começar modestamente e aos tropeços o seu Trabalho Mediúnico.
Infelizmente, alguns recebem tudo pronto e são empurrados em direção ao cumprimento de sua missão mediúnica; enquanto outros tem que batalhar, correr atrás, buscar recursos, pois nada recebem facilmente... Por isso, existe a Corrente Mediúnica: para que um auxilie o outro.
Muitos Babalorixás e Ialorixás estudam diversos anos para serem bons exemplos e se aprimorarem cada vez mais em sua missão. Enquanto alguns, em poucos dias, dizem-se formados no Candomblé ou na Umbanda e saem por aí fazendo tudo errado!
Por conta disso, temos pessoas mal informadas sobre a nossa Religião. A verdadeira Umbanda e o verdadeiro Candomblé prepara duramente seus filhos, com rigor e disciplina, exigindo compromisso e assiduidade, porque deseja bons médiuns trabalhando dentro da Casa (Roça ou Terreiro).
Mas, em toda Religião existem os falsos profetas e aqueles que se acham bons o bastante para os demais. Quando um médium começa a pensar que é melhor que o seu próprio Dirigente, então, ele já falhou em sua missão...
Por isso, eu lhes digo uma coisa: todo médium que quer se sobrepor ao Chefe do Terreiro, porque pensa ser melhor do que ele, que saia e monte seu próprio Terreiro. Mas, que ele saiba como funciona a Lei! E aqui me refiro à verdadeira Lei!
É isso... Espero que todos aprendam a pensar como Corrente e ajudem as suas Casas a funcionar verdadeiramente. Porque somente assim, a Umbanda terá Paz!" (Caboclo Cobra Coral)

Caboclo Cobra Coral

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sobre missão espiritual...

PALAVRAS DO CABOCLO COBRA CORAL

"Fazer o bem, meus filhos, não é fácil, ainda mais quando visualizamos o luxo e a aparência que nos cercam nos dias de hoje. As modas das vitrines estão presentes em todos os momentos e em todos os lugares.
Tirar um dia de sua vida, para dedicar-se a uma missão, mesmo que seja por duas ou três horas semanais, já ocasiona embaraço e desgosto em muitos. E qual é a melhor desculpa usada para evitar ser médium e trabalhar?
Isso é macumba! ~ Isso é coisa do tempo dos escravos. ~ Eu não mexo com espírito não! ~ Isso é coisa do 'capeta'... ~ E o preconceito continua...
Agora, eu pergunto: o que há dentro de você, além do seu corpo? Há um espírito! Você é um espírito! Então, você tem medo de você mesmo? E por favor, parem com essa história, que o espírito vai entrar no couro de vocês - porque o espírito não entra no corpo de outra pessoa! Ele apenas encosta...
Vão estudar! Por favor... Chega de médium ignorante, chega de médium falando asneiras! Vamos nos instruir... O bem e o mal está em nós mesmos. Nós somos a essência que contém o bem e o mal em si, desde que Deus nos instalou a Centelha Divina, e cabe a nós a escolha entre um caminho e outro.
Sabe, meus filhos, eu fui Médico em muitas de minhas encarnações... E também fui Cientista. Mas, prefiro vir trajado de Caboclo (índio) das Cobras, pois foi a encarnação que mais evoluí e que melhor me ensinou a ser Pajé e Curador. Pois, foi onde eu aprendi a humildade e a humanidade.
Porém, quando tem algum engraçadinho que começa a me chamar de espírito atrasado, eu deixo ele ver minha verdadeira aparência. Mas, de certa forma, isso me entristece muito, porque eu percebo a ignorância de tantos médiuns que se dizem evoluídos.
Veja bem, agora eu tenho que escolher que roupagem vou usar para me apresentar nos trabalhos mediúnicos, só para ficar bonito para a plateia??? O preconceito com a aparência humana e espiritual é coisa de vocês; porque nós, espíritos, só queremos trabalhar...
Outra coisa: tem médium que sempre comparece aos trabalhos com problemas, está sempre mal, ou carregado, como a gente diz na linguagem popular. Ora, problemas todos os encarnados possuem, pois ninguém é melhor que ninguém, mas se o médium só sabe olhar para si mesmo e pensa que só ele possui problemas, como quer ajudar os demais?
Existem médiuns que acham que o Pai de Santo (ou Mãe de Santo) devem estar de plantão para atendê-los no momento exato em que quiser, mas nem segue as regras da casa... Ele vai, faz as regras do jeito dele e pronto.
Se o Babalorixá (ou Ialorixá) diz: temos que fazer assim... O médium vai lá e faz como ele bem entende, porque ele manda... E se chamam a sua atenção (não foi ele que errou), o errado é sempre o outro.
A melhor proteção que um médium pode ter contra qualquer ataque espiritual é manter sua mediunidade equilibrada, sendo bondoso e vigilante em suas atitudes.
Agora, pra finalizar, quero lhes dizer o seguinte: Nem todo aquele que quer chefiar vira chefe; nem todo aquele que quer só cambonear vira cambone; nem todo aquele que quer enxergar os espíritos pode enxergá-los...
Olorun, quando distribuiu os talentos, escolheu para cada filho um talento que o fizesse melhor e mais sábio naquela existência. Portanto, não briguem com aquilo que Zambi lhes deu... Zélio de Morais queria ser marinheiro e virou Chefe de Terreiro. E existem tantos outros, que mudaram o rumo de suas vidas para cumprir missão mediúnica.
É isso meus filhos o que esse Caboclo quis lhes dizer... Cumprir missão não é fácil. Mas, quem cumpre sua missão de vida com disponibilidade e com carinho, sente-se realizado e feliz, pois dorme em paz com seu espírito." (Caboclo Cobra Coral)

*Observação: esse texto foi transcrito exatamente como nos determinou o Caboclo Cobra Coral, Chefe dessa Casa de Umbanda. Algumas, palavras parecem demasiadas para um Espírito-Guia, mas Ele nos pediu para transcrever como foi dito. E assim o fizemos...

Caboclo Cobra Coral