Existem relatos de Cultos Africanos no Brasil desde o século XVII... Inicialmente na Bahia e, posteriormente, em outras regiões do país.
Uma das presenças mais importantes dessa contribuição está na manifestação da Religiosidade. Diversos aspectos dos Cultos Ancestrais Africanos estão presentes em nosso dia a dia e em nossas vidas.
Uma dessas particularidades faz referência às diferentes Nações e às qualidades dos Orixás. Cada "Di jina*" (nome e sobrenome da Entidade) carrega um mistério e um fundamento, capaz de identificar as preferências e as particularidades de cada um.
Nos candomblés de origem Bantu, o nome do Nkisi (Inquice) da pessoa deve ser secreto, para sua própria proteção. Visto que, existem os desafetos daquela pessoa, que podem fazer mal uso dessa informação.
Da mesma maneira, em todas as Casas de Culto, os nomes dos Orixás, ou mesmo dos Voduns, permanece em segredo... Sendo revelado somente ao final de todo o procedimento.
Por isso, jamais deve-se sair por aí, anunciando aos quatro cantos e aos quatro ventos, o nome e o sobrenome de seu Protetor Maior, seja ele Orixá, Vodun ou Inquice.
Em Jeje, por exemplo, um Vodunsi jamais pronuncia seu nome em meio a estranhos. No Culto aos Voduns, o nome é a maior proteção que cada um pode ter reservado a si mesmo... Por isso, ele é preservado a todo custo!
Devido a extensão e a variedade de fundamentos e preceitos do Candomblé, muitas singularidades permanecem efetivas até os dias atuais. Como por exemplo, as palavras, os cantos e os gestuais...
Outra coisa que precisamos ter em consideração são as traduções equivocadas, feitas por pessoas que, além de escreverem errado, também ensinam de forma tortuosa. Essas incoerências alteram todo o significado dos fundamentos dos Cultos.
A palavra "Dijina" na verdade é uma junção de dois termos em Iorubá: di+jina = por um nome, dar um nome, colocar um nome... No entanto, se dissociarmos a palavra Dijina em di+ji+na, temos: tornar-se profundo e acordado. Que representa o "despertar do Santo" após a pronúncia do nome verdadeiro.
Dessa forma, se escrevermos Dijina, a palavra com junção nada significa em Iorubá. Já "Di jina" ou "Di ji na" possui diversos significados. Para entender melhor:
- Di jina = por nome...
- Di ji na = despertar...
Além da palavra "Dijina", usada para se referir ao nome do Orixá, temos também a palavra: "Oruko"...
- Oruko = nome.
- Oruko-idile = sobrenome (ou apelido).
Alguns sites e outros Blogs, utilizam a palavra Orunkó para indicar o nome do Orixá. No entanto, Orunkó significa, simplesmente: "dorme". Ou seja, uma letra a mais e todo o sentido da palavra em Iorubá altera-se...
Portanto, seja pela "Di jina" ou pelo "Oruko-idile", que o seu Orixá, Vodun ou Inquice determinar, guarde-o em segredo com você, pois são muitos os ignorantes nos Cultos que fazem mal uso das palavras e das ações.
Tenha cuidado com as pronúncias e com as escritas mal grafadas, porque em Iorubá um pingo é uma palavra e uma letra altera uma frase inteira. Busque sempre as informações corretas e verdadeiras... Jamais se comprometa com a Lei da Evolução ao fazer mal uso das palavras.