Hoje, em homenagem ao Dia de São Sebastião, compartilhamos nesse Blog a história de "São Sepé" ou Sepé Tiaraju.
Sepé foi um índio tupi-guarani, que viveu em um Aldeamento Cristão, chamado Sete Povos das Missões, onde foi batizado com o nome de Joseph, após ficar órfão. Ele era inteligente, bom combatente e excelente estrategista. Falava perfeitamente seu idioma e os idiomas dos brancos.
Os jesuítas e os índios viviam em paz e harmonia na região, trabalhando juntos pelo progresso da terra. Espanhóis e portugueses lutavam para dominar o território gaúcho, que já possuía sua própria cultura e história. Os conquistadores tinham interesse na riqueza acumulada pelos nativos.
Através de tratados, espanhóis e portugueses trocaram os Sete Povos das Missões pela Colônia Sacramento, obrigando 50 mil índios cristãos e todos os jesuítas a abandonarem suas cidades, igrejas, lavouras e fazendas, onde criavam gado, equinos e outros animais.
Na época em que Portugal dominou o território rio-grandense, já havia nele uma população e uma cultura nativa da terra, denominada cultura gaúcha, principalmente na região da Campanha, onde hoje se encontra a fronteira com o Uruguai.
Tal população sofria com as guerras pelo território entre Portugal e Espanha, para as quais eram, muitas vezes, recrutados à força. Eles eram obrigados a deixar para trás tudo, inclusive, os túmulos de seus ancestrais.
Sepé Tiaraju pereceu em combate no dia 7 de fevereiro de 1756, contra o Exército Espanhol, na batalha de Caiboaté, às margens do córrego Sanga da Bica, na entrada da cidade de São Gabriel. Após sua morte 1500 índios guaranis foram massacrados e em poucos meses o sonho missionário acabou.
Por sua bravura foi considerado um santo popular e venerado pelos povos nativos e descendentes. Muitos escritores famosos lembraram de seus feitos em seus escritos, como Érico Veríssimo (no romance O Tempo e o Vento) e Basílio da Gama (no poema O Uruguay).
No dia 21 de setembro de 2009, foi publicada a Lei Federal 12.032/09, que traz em seu artigo 1º o texto "Em comemoração aos 250 (duzentos e cinquenta) anos da morte de Sepé Tiaraju, será inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, o nome de José Tiaraju, o Sepé Tiaraju, herói guarani missioneiro rio-grandense."
Aqui terminamos fazendo uma ressalva: vemos o Rio Grande do Sul sofrer com secas e falta de água, assim como o Nordeste. Quais eram as duas regiões mais prósperas do país na época da Colonização? E hoje são regiões onde o solo paga seu preço.
Após a morte de tantos índios (que a história quase esqueceu), o sonho missioneiro acabou, mas o povo gaúcho canonizou por conta própria Sepé. Como a Igreja Católica não canonizava índios nativos, o Povo do Sul o chamava carinhosamente de "São Sepé".