sábado, 22 de setembro de 2012

Joãozinho

O Ibeji mais serelepe da Umbanda!

Joãozinho é um menino que viveu mais de uma encarnação como garoto negro no Brasil das Senzalas. Muitas vezes, ele parece o Negrinho do Pastoreio, em outras, ele é o próprio Saci Pererê!
Ele é esperto, cheio de lábia, tem resposta pra tudo e não pensa duas vezes para perguntar alguma coisa. Como todo bom Cosminho, ele gosta de doces, refrigerante e brincadeiras, mas está sempre pronto para atender e socorrer a quem necessita...
Ele jamais deixa alguém sem resposta a um pedido. E se ele falar alguma coisa de forma séria, pode esperar que a coisa é mesmo séria! Pois ele brinca, mas não engana!
O Joãozinho dessa história, nasceu no estado do Ceará de mãe Africana. Ele chegou no ventre de sua mãe em um navio negreiro, no ano de 1670.
Demorou para entender o que era ser escravo e vivia "aprontando das suas": escondendo objetos, correndo pela fazenda e cutucando os bichos.
Apanhava muito por conta disso, mas não deixava de rir e de fazer das suas. Dizia que assim, ele podia alegrar os outros escravos!
E realmente, era assim que ele passava os dias: alegrando e brincando com os demais.
Um dia, porém, em uma de suas traquinagens, ele escondeu o laço do capataz e foi o suficiente para ir pro tronco.
Todos os negros pediram por ele, pois falaram que ele não fazia por maldade; mas não adiantou... Joãozinho anoiteceu e amanheceu no tronco. Ele tinha 6 anos na época.
Quando tiraram ele do tronco estava triste e nunca mais sorriu. A partir daí começou a definhar e a morrer aos poucos.
Quando ele desencarnou foi um luto só na fazenda! Até os animais sentiram... A terra secou, os bichos se aquietaram e ninguém mais sorriu.
O dono da fazenda pediu ao capataz o que aconteceu e, quando soube, arrependeu-se... Mas, Joãozinho não voltaria mais. Sua mãe de tristeza também se deixou morrer.
Tempos depois, os escravos começaram a contar que viam mãe e filho a andar pelas terras... E sempre que alguma coisa sumia, alguém dizia: "Foi o Joãozinho!"
Então, eles colocavam um doce para o menino e o objeto reaparecia. E assim Joãozinho ficou conhecido como o Pererezinho da Senzala!