Todo Umbandista, Candomblecista, Espiritualista, Hindoista, Xintoista, Taoista, etc, acredita na vida após a morte. Acreditar na vida pós-morte, não nos prepara para a morte em si.
Em muitas ideologias a vida após a morte é uma continuidade e prossegue naturalmente em outro Plano Existencial.
O Umbandista compreende o que é a morte e até aceita... Mesmo assim, possui as mesmas dúvidas que qualquer outra pessoa.
Para finalizar nossa passagem sobre a terra precisamos, simplesmente, morrer... Porém, existem inúmeras formas de morrer. E é exatamente isso que nos assusta. Como vamos morrer?
Passamos a vida toda evitando a morte, mas sabemos que ela é o destino final que nos aguarda. Porque a morte faz parte da evolução espiritual e da vida humana.
No entanto, não sabemos como lidar com toda a situação que a morte em si envolve... Porque o problema não está na morte em si, mas no "ato de morrer".
Como existem diversas maneiras de morrer, sentimos o impacto de cada morte que presenciamos como um flagelo final.
Se perdemos alguém muito próximo, em nenhum momento pensamos: "Que bom, ele concluiu a missão de vida dele e partiu..."
Deus nos livre de pensar que a morte é uma coisa boa!
Contudo, essa é a verdade: a morte está programada. Ninguém morre sem previsão. Assim como a vida, a morte está descrita e registrada no Livro Sagrado.
O Livro da Vida ou o Livro dos Registros Cósmicos, traz em seu conteúdo, a vida de cada pessoa esmiuçada pormenorizadamente, com tudo o que foi feito de bom ou de ruim...
Nesse livro está registrado toda a existência de cada ser, do princípio ao fim, da primeira vida até a atual, sem qualquer exclusão.
O Umbandista tem o dever de saber proceder no momento da morte, porque sabe de todas as prerrogativas do "post-mortem". Mas, saber não é o mesmo que fazer, nem o mesmo que vivenciar...
Vivenciar o momento da morte de um ente querido: pai, mãe, irmão, cônjuge, filho, etc, é complicado porque envolve todo o sentimento de ligação. E essa ligação, na maioria das vezes, provém de muitas vidas.
São nesses momentos que ficamos na encruzilhada de dois caminhos: nossa missão familiar (terrena) e nossa missão espiritual (ou divina).
E nos questionamos: o que vem em primeiro lugar? A missão familiar ou a missão espiritual? Ou elas estão entrelaçadas?
São diversos questionamentos... E a dúvida se instala. A dúvida, nessas horas, torna-se nossa brecha espiritual, porque deixamos de lado nossa fé.
Quando duvidamos, nos afastamos de nosso propósito maior e permitimos aos inimigos espirituais uma aproximação...
Nessas horas, muitos deixam de lado a sua missão e se afastam de tudo o que acreditam... Mudam de crença, de ideologia e de preceito. Procuram outras Casas, outras Igrejas, outros Templos.
Na ânsia de preencher o vazio que se instala, evitam mirar a si mesmos no espelho da Alma. E se perdem de sua missão...
Quando Jesus exalou o último suspiro no alto da cruz, Ele disse: "Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito."
Essa frase possui vários significados, mas o principal deles é: "Pai, eu cumpri minha missão... Me aceite de volta."
Que benção poder dizer ao Pai Maior: "Estou de volta, pois eu cumpri minha missão!"
Será que ao final de nossa existência terrena poderemos dizer a Olorun: "Pai, eu posso voltar? Eu cumpri minha missão..."