terça-feira, 14 de abril de 2020

Somos todos Estrangeiros!


Antes mesmo de Jesus nascer, seus pais terrenos, José e Maria, tiveram que viajar até Belém (da Galileia) para participar do recenseamento da época. Eles moravam em Jerusalém e viajaram 146 quilômetros.
Maria estava no oitavo mês de gravidez... E como a viagem demorou vários dias, todos nós já sabemos o final dessa história! Maria chegou em Belém no momento exato em que seu filho iria nascer... As portas se fecharam e José se esforçou para conseguir um lugar para o pernoite.
Por fim, Jesus nasceu em um estábulo rústico, cercado de capim, bichos e ferramentas de trabalho braçal. Ou seja, Maria deu a luz em um local sem a menor condição de higiene, totalmente precário e exposto ao olhar público.
Em seguida, logo após o nascimento de Jesus, José e Maria precisaram viajar novamente, dessa vez para o Egito. Para fugir da perseguição de Herodes, eles nem tiveram tempo de retornar para sua família ou de se despedir ou de explicar qualquer coisa.
Maria estava de resguardo, com um recém-nascido nos braços, com poucas provisões e longe de todos que amava! Essa história lhes parece familiar?
Novamente, foram dias de viagem, embaixo de um sol escaldante, ventanias de areia, pouca comida, sem tempo para descansar ou pensar... Com medo e preocupação, José temia por seu filho e por sua esposa. Foram meses de viagem. Eles percorreram 782 quilômetros! Mas, eles seguiram...
No Egito, eles viveram doze anos. Doze anos em terras estrangeiras! Doze anos sem ver os pais, os irmãos ou qualquer outro parente. E quando retornaram sofreram a discriminação e o preconceito do próprio povo, porque eles eram estrangeiros em sua própria terra!
O tempo passou, mas não modificou a conduta daqueles que cercavam a família de Jesus. Mesmo adulto e cumprindo sua missão de vida, Jesus era rechaçado e questionado, considerado um impuro, por não pertencer nem a uma terra, nem a outra.
Seu próprio povo o desqualificou e o apedrejou... Depois, o condenou e o pregou em uma cruz. Jesus foi perseguido a vida toda por ser considerado estrangeiro. Portanto, Médium Umbandista...
Quando você discriminar o seu irmão, lembre-se: Jesus era estrangeiro.
Quando você agir com intolerância, lembre-se: todos os trabalhadores de Umbanda são espíritos estrangeiros, porque viveram outras vidas em outros lugares...
Quando você sentir preconceito com outros, lembre-se: a Umbanda enfrenta preconceituosos todos os dias!
Enfim, devemos agir com parcimônia, equilíbrio e sensatez. Nesse momento, a solidariedade deve ser a palavra mais pronunciada por todo Umbandista cumpridor de sua missão terrena.
É verdade que ser médium já é difícil, ainda mais, ser médium em meio ao caos de uma Pandemia, de uma Guerra ou de tantos outros fatores complicados em nosso mundo carnal.
Mas, se abraçamos essa missão, Jesus nos permitiu e nos amparou, antes mesmo de termos nascido.