Esse preto-velho, que já nasceu escravo em uma fazenda de Goiás, viveu no século XVIII. Conheceu sua esposa na mesma fazenda.
Eles trabalhavam com o cultivo de café, cana-de-açúcar, batata doce, milho e ervas para temperos. João das Plantas e Maria das Flores (como eram conhecidos), sabiam como ninguém o cultivo da terra.
E assim viviam os dias, sem olhar o passado ou o futuro, vivendo apenas o presente. Casaram jovens e tiveram apenas dois filhos, pois Maria teve complicações no segundo parto e não conseguiu mais ter filhos.
Ela aprendeu a benzer e a curar aconselhada por sua avó, pois assim salvaria a vida da criança e a sua. João sabia as rezas de seus ancestrais e também começou a benzer...
Eles trabalhavam com o cultivo de café, cana-de-açúcar, batata doce, milho e ervas para temperos. João das Plantas e Maria das Flores (como eram conhecidos), sabiam como ninguém o cultivo da terra.
E assim viviam os dias, sem olhar o passado ou o futuro, vivendo apenas o presente. Casaram jovens e tiveram apenas dois filhos, pois Maria teve complicações no segundo parto e não conseguiu mais ter filhos.
Ela aprendeu a benzer e a curar aconselhada por sua avó, pois assim salvaria a vida da criança e a sua. João sabia as rezas de seus ancestrais e também começou a benzer...
Os dois sempre eram procurados pelos demais escravos por seus conhecimentos de plantas medicinais e orações de cura.
Os anos passaram e eles chegaram na velhice unidos e tranquilos. Tinham uma pequena casinha numa área da fazenda destinada aos escravos e lá plantavam diversas plantas para tempero, ornamento e cura.
Porém, a planta que mais crescia na frente da casinha modesta deles era a arruda, sempre viçosa e cheirosa.
Todos aqueles que se aproximavam podiam sentir o cheiro dessa planta e já se sentiam melhores. Quando a arruda florescia, quase toda a fazenda era tomada pelo seu cheiro. E assim, João e Maria passaram a ser chamados de "Vovô e Vovó Arruda".
Os anos passaram e eles chegaram na velhice unidos e tranquilos. Tinham uma pequena casinha numa área da fazenda destinada aos escravos e lá plantavam diversas plantas para tempero, ornamento e cura.
Porém, a planta que mais crescia na frente da casinha modesta deles era a arruda, sempre viçosa e cheirosa.
Todos aqueles que se aproximavam podiam sentir o cheiro dessa planta e já se sentiam melhores. Quando a arruda florescia, quase toda a fazenda era tomada pelo seu cheiro. E assim, João e Maria passaram a ser chamados de "Vovô e Vovó Arruda".
Vovô João Arruda viveu até os 110 anos e recebeu sua carta de alforria um pouco antes de falecer. Vovó Maria Arruda viveu até os 89 anos, pois seus problemas de saúde agravaram-se com a idade.
Os dois ajudaram muitos negros e muitos brancos a vencer as doenças da carne e do espírito. Os brancos os procuravam escondidos na calada da noite por medo e por preconceito.
Mas, depois de muitas curas, eles passaram a ser queridos e respeitados por todos os moradores da redondeza. E assim se tornaram conhecidos o Vovô Arruda e a Vovó Arruda.
Os dois ajudaram muitos negros e muitos brancos a vencer as doenças da carne e do espírito. Os brancos os procuravam escondidos na calada da noite por medo e por preconceito.
Mas, depois de muitas curas, eles passaram a ser queridos e respeitados por todos os moradores da redondeza. E assim se tornaram conhecidos o Vovô Arruda e a Vovó Arruda.
"Saravá Vovô Arruda, que com dificuldade caminha...
Alivia minha dor e me ensina o caminho,
que leva até Jesus, para eu encontrar a luz."
"Saravá Vovó Arruda, Saravá Vovó Arruda,
Vem benzer essa criança,
Pois preciso de sua ajuda...
Saravá Vovó Arruda, Saravá Vovó Arruda,
Me ensine a benzer, assim como você."
Me ensine a benzer, assim como você."