segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Rainha Semira

"Minha história aconteceu há milhares de anos. Em um tempo em que a Terra possuía inúmeras Nações desconhecidas! 
Eu nasci no Norte do Continente Africano, em uma Nação que conquistou muitos Reinos e fez parte da História do Povo de vocês. Em nossa época, o Continente Africano era uma grande potência, com seus Reis e com suas Rainhas.
A maioria de vocês engana-se ao pensar que éramos "atrasados", sem tecnologia ou sem conhecimento científico. As Civilizações de dez mil anos atrás eram muito mais avançadas do que supõe qualquer estudioso!
As Lendas e Mitos que muitos de vocês conhecem, deve-se à nossa História e ao fim de uma Nação privilegiada. Mudaram os nomes, as datas e as figuras que dela fizeram parte, mas os acontecimentos são muitíssimo semelhantes!
A Raça Negra possui muitos matizes, com influência das derivações de inúmeras Tribos que habitaram o começo dos tempos...
Em nossa Raça temos: negros albinos, negros pardos, negros de pele azulada e negros acinzentados. A cor da pele varia, bem como o tipo de estrutura óssea.
Também possuímos diferentes tipos de cabelo e a cor dos olhos também pode variar, dependendo a tribo de origem.
Assim, como nas Américas existiam inúmeras Tribos Indígenas, da qual muitos de vocês são descendentes... A Ásia e a Europa também possuíam suas características raciais próprias. Enfim, no Começo dos Tempos as coisas eram muito diferentes do que são agora.
Daqui dez mil anos, alguém estudará a Raça de vocês e encontrará vestígios de uma Civilização tecnologicamente evoluída, mas que destruiu a si mesma. Digo isso, porque nós também fizemos isso...
O que dizimou nosso Mundo e ocultou nossas riquezas é a mesma ganância que hoje destrói a Civilização de vocês.
A nossa existência foi relegada ao esquecimento e vocês estão repetindo a nossa História. Alerto vocês por amor aos meus. Quando digo "meus" não me refiro à Raça, mas às Almas irmãs que permaneceram nesse Planeta.
Agora, vocês podem perguntar... Se eu vivi há tanto tempo, porque meu espírito ainda se encontra por aqui?
Eu, assim como tantos outros, quer apenas uma coisa: resgatar seu Povo. Porque um Líder jamais abandona a sua família. E eles são a minha família espiritual!
Se vocês ainda não entendem isso, com certeza, entenderão algum dia... Muitos de vocês, estão reencarnados hoje no Planeta Terra, cumprindo missão, por causa de sua família espiritual.
Alguns de vocês poderiam estar em outros mundos, vivendo outras vidas... Mas, preferiram ficar em vez de partir. E eu lhes digo o porquê: A família das almas à qual vocês pertencem está nesse Mundo. Então, como partir e deixá-los pra trás???
Quando temos amor verdadeiro por nossa família espiritual, jamais abandonaremos qualquer espírito pra trás. Mesmo que isso nos custe a evolução temporariamente.
Um dia, porém, teremos a certeza de evoluir também, mas juntamente com aqueles que amamos!"

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Cacique Tartaruga

Esse índio Kaimbé viveu às margens do encontro das duas águas. As águas da Mãe Sereia Iara encontravam o Grande Reino das Águas. Nesse encontro das águas, habitavam muitas criaturas sob a proteção de todos os Pais e de todas as Mães.
Cacique Tartaruga recebeu esse nome quando era um Nhu Turê ou Turerê (criança-menino), porque ele cuidava de Kukã (tartaruga). Quando elas emergiam das areias logo após a eclosão dos ovos, o indiozinho protetor das tartarugas corria para ajudá-las, na tarefa de chegar ao mar.
Quando adulto, Tartaruga assumiu a Chefia da Aldeia como Cacique. Ele recebeu uma missão do Pajé: preservar toda a vida contra a invasão do homem branco. O Pajé viu em sonho o que esse novo habitante faria à Grande Terra.
O homem que vinha do outro lado do Grande Reino das Águas, era feroz igual fera selvagem e devastador igual força das tempestades. Sua necessidade de destruir seria como a fome das formigas gigantes famintas. Ele faria mal a todos os filhos da Terra.
Cacique Tartaruga olhava todos os dias o Grande Reino das Águas com medo da grande fera que viria para destruir a Terra de seus Ancestrais. Ele pedia ao Pai Céu (Wamama) que afastasse esse invasor... Mas, Cacique Tartaruga sabia que se o destino avisa ele já cumpriu (Wanhimi ui eré)!
Passaram os anos e Cacique Tartaruga viu o dia em que o homem branco pisou na areia onde as tartarugas andaram... Ele sentiu a devastação entrar em seu espírito, porque um sopro forte do vento lhe sacudiu as forças.
Doeu seu corpo quando percebeu na voz desse ser o desprezo por sua gente. Eles olharam para sua Tribo como caçadores olham para a caça. Eles gesticularam porque sua linguagem era diferente.
Cacique Tartaruga tentou compreender o homem branco e pensou que podia mudar o destino. Foi gentil, ofereceu comida e agrados. Recebeu algumas coisas esquisitas como sinal de paz. Pensou que enganou o destino... Mas, o destino jamais pode ser enganado!
O que se seguiu depois, os livros de História nunca contaram... Alguns sabem a verdade e outros fingem desconhecer os acontecimentos. Os poucos índios da Tribo Kaimbé que ainda restam, tentam preservar um restinho de sua origem.